Ique de la Rocha

Carta do STIMMMERG à Lula e Bacia de Pelotas

Expectativa para reativação dos estaleiros e para petróleo e gás na região

O Sindicato dos Metalúrgicos do Rio Grande e São José do Norte continua atuando para a recuperação do Polo Naval na região. Como se recorda, quando da última estada do presidente Lula no Rio Grande do Sul, a diretoria do STIMMMERG encaminhou ao Presidente da República uma carta em que pede socorro ao Primeiro Mandatário da Nação para a reativação dos estaleiros.

O deputado federal Alexandre Lindenmeyer e o senador Paulo Paim, também receberam o documento e, mais uma vez, a iniciativa dos metalúrgicos deu resultado. Agora, o presidente Benito Gonçalves vem de receber a informação de que o posicionamento do STIMMMERG está circulando entre os órgãos competentes em Brasília.

Conforme o diretor de Gestão Interna do Gabinete Pessoal do Presidente da República, Paulo Cangussú André, a carta também foi encaminhada ao Ministério de Portos e Aeroportos.

Transpetro quer dezenas de embarcações

A expectativa é que a partir deste segundo semestre do ano possam surgir novidades a respeito da reativação dos estaleiros e de novos contratos para Rio Grande e São José do Norte. Uma boa notícia foi dada ainda este mês:.a Transpetro está decidida a fortalecer sua frota própria e vai expandir seus horizontes com a possibilidade de negócios com o Suriname na área de óleo e gás.

Em evento no Rio de Janeiro o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, falou que um novo programa governamental de incentivo à indústria naval, mais amplo e sofisticado, será lançado até o final deste primeiro semestre. Além disso, a Petrobras tem planos de contratar 38 embarcações de apoio marítimo nos próximos anos, representando um investimento de 2,5 bilhões de dólares e possibilidade de criação de 28 mil empregos diretos.

Ainda para este ano estão previstos editais para 31 embarcações, enquanto as demais serão para 2025.

A Bacia de Pelotas

Foi notícia no excelente site Petronotícias, semana passada, a declaração do geólogo Luciano Seixas que acredita em grande potencial da Bacia de Pelotas, aqui em nossa costa, mais precisamente frente ao município de São José do Norte. O nome é em homenagem a um pelotense que, por anos, defendeu a existência de petróleo e gás próximo ao nosso litoral. Cabe lembrar que no final do ano passado a Petrobras adquiriu 29 blocos exploratórios na região.

O geólogo se baseia no recente sucesso exploratório na Bacia do Rio Orange, na costa da Namíbia, tendo em vista que as duas regiões (Bacia do Rio Orange e Bacia de Pelotas) possuem evoluções geológicas parecidas. 

Luciano Seixas explica que a ausência de uma camada de sal na Bacia de Orange permite a existência de bons armazéns arenosos de petróleo. Para ele, existe a expectativa de que os grandes volumes lá descobertos podem ser encontrados com igual potencial no Sul do Brasil.

“(a Bacia de) Pelotas parece ser tão espetacular como Orange. As fácies (feições) reservatórios, geradores e solos parecem as mesmas e mostram a quase sincronicidade desses fatores, principalmente das arquiteturas estruturais onde o petróleo é acumulado”, declarou o geólogo, que concluiu:

- Desejo ver mais agilidade da Petrobras e Ibama para definição dos prospectos de Pelotas e das demais bacias com grandes potenciais e liberação rápida da exploração. 

Base de operações

Como observamos acima, a Bacia de Pelotas localiza-se no Oceano Atlântico, praticamente de frente para o município de São José do Norte. Além da possibilidade da região ganhar com os royalties do petróleo, que enriquecem há anos o estado do Rio de Janeiro e a região de Macaé, a base de operações da Petrobras trará engenheiros e trabalhadores com bom poder aquisitivo, que vai contribuir para o desenvolvimento da cidade onde se instalar.

Daí a necessidade de Rio Grande se tornar uma cidade melhor do que está hoje. Provavelmente trabalhadores qualificados, com bom poder aquisitivo também gostam de lazer, de assistir a espetáculos artísticos, teatrais, frequentar bons restaurantes e desfrutarem de uma vida noturna de acordo com o padrão de vida deles. 

A cidade do Rio Grande estará preparada para isso? Por isso uma cidade com vida cultural, limpa, bonita, também dá retorno financeiro. Senão poderão ir para Pelotas, já que viramos bairro da vizinha cidade, como dizem muitos, diante da inércia de nossas autoridades e das chamadas forças vivas locais. 

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