Ique de la Rocha
Tragédia uniu governantes e sociedade
Se fosse sempre assim teríamos um país melhor
Mesmo debaixo do mau tempo a vida tem de seguir Nunca foi tão válida aquela expressão que muitos dizem, especialmente no início de cada ano, ao desejarem que os sonhos se realizem aos amigos e pessoas queridas: ”o importante é ter saúde, porque o resto a gente corre atrás”.
Desde a Covid estamos sobrevivendo. A impressão é que a epidemia foi um divisor de águas e depois dela os tempos estão se tornando mais difíceis. Estou entre aqueles que acredita nisso. A tragédia que passa a maior parte da população gaúcha não deixa de ser a confirmação do que alertam os especialistas para as mudanças climáticas. Só que a gente esperava que os desastres fossem acontecer longe de nós, quem sabe lá para a África, Ásia, mas em local bem distante. Que nada! Foi bem diante dos nossos olhos e sentimos na própria carne que daqui para a frente não estamos mais em segurança. Diria que nem aqui, nem em lugar nenhum.
“Vão-se os anéis, mas ficam os dedos” também é outra expressão que muitas vezes a gente cita. Pois agora é o momento de arregaçar as mangas e correr atrás do prejuízo. Ontem vi na TV uma mulher de Montenegro dizer que estava feliz, junto com o marido, por terem realizado neste ano o sonho da casa própria e agora foi tudo por água abaixo. Milhares de famílias vivem o mesmo pesadelo, mas agora não é o momento de desistir e sim buscar forças para dar a volta por cima. As dificuldades ficam menores quando a gente se dispõe a enfrentá-las.
Pode ser que chegue apoio dos governos. Se todos os políticos que procuram aparecer na pandemia se envolverem de verdade será possível a destinação de algum recurso para ajudar as famílias mais necessitadas a se reerguerem. Nessas horas a gente vê quem é quem. O Governo Federal está fazendo o seu papel para salvar nosso estado e cabe um destaque também para as forças de segurança e forças armadas, que nessas horas são fundamentais no socorro às milhares de vítimas.
E comovente tem sido a participação da sociedade civil ajudando no resgate e recolhimento dos flagelados. Os mais pobres sempre estendendo as mãos e também muitos em melhor situação econômica fazendo a sua parte, de alguma forma. Se fosse sempre assim, certamente teríamos uma sociedade melhor.
Solidariedade
Por aqui todos também mostram-se aflitos com o que está acontecendo. Durante o dia a situação tem melhorado com o recuo das águas, mas a gente nota que as pessoas estão mais sérias, pensativas, preocupadas com o que pode ocorrer. Ao que parece temos aqui uma bem formada rede de apoio às vítimas das cheias. Tudo leva a crer que na cidade não teremos mortes, nem pontes ou estradas para recuperar. Mesmo assim, haverá gente, famílias necessitando de apoio. A hora é de solidariedade.
Precaução
Já na sexta-feira passada, quando se esperava a chegada das águas lá de cima para escoarem pela Barra, as grandes redes de farmácias, ressabiadas com o número de medicamentos e demais produtos perdidos nas cidades atingidas pela cheia, determinaram o fechamento de boa parte de seus estabelecimentos na área central. Até a Panvel da Marechal Floriano esquina Andradas, a número 1 da empresa em nossa cidade, fechou suas portas. O mesmo fizeram as farmácias populares situadas no entorno da praça Tamandaré. Nesta terça-feira pela manhã já se via movimento para a reabertura das lojas.
Os especialistas já apontavam que as cheias dificilmente passariam da Marechal Floriano e nem cogitaram disso acontecer na praça Tamandaré, mas estes comerciantes preferiram não arriscar.
Parabéns à Furg
Aliás, merecem todos os elogios os professores da Furg que elaboraram o mapa da cidade com as áreas de risco pela exatidão do trabalho. A comunidade precisa saber quem são essas pessoas e o quanto nossa universidade possui de gente extremamente qualificada e que engrandecem uma instituição desse porte.
Seminário adiado
O Sindicato das Indústrias da Construção Civil do Rio Grande adiou o seminário que iria promover dia 7 de maio, em sua sede e que teria por tema "A nova norma de garantias de edificações".
A nova data do evento será dia 21 de maio, às 14 horas, e a transferência aconteceu devido ao mau tempo reinante na cidade do Rio Grande.
Contatos com a coluna pelo email: iquedelarocha@gmail.com
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