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O vice-governador Gabriel Souza recebeu, na última quinta-feira, 28, uma comitiva do Chile para tratar do Porto Meridional de Arroio do Sal e da Rota Bioceânica Sul (Rota 5) – um corredor logístico multimodal, que combina rodovias e hidrovias, conectando Brasil, Uruguai, Argentina e Chile. O encontro contou com a participação do secretário-adjunto de Desenvolvimento Econômico, Leandro Evaldt, e do prefeito de Arroio do Sal, Luciano Pinto. 

Durante a reunião, Gabriel falou sobre os processos que envolvem o Porto de Arroio do Sal, que segue em fase de elaboração de estudos para obtenção da Licença Ambiental Prévia. “A discussão sobre um porto mais ao norte do Rio Grande do Sul é muito antiga e, agora, temos avanços significativos para viabilizar o Porto de Arroio do Sal. Além de gerar milhares de empregos, será fundamental para o desenvolvimento do nosso Estado”, afirmou Gabriel. “A vinda da comitiva do Chile é muito importante para estreitarmos essas relações, já que há produtos gaúchos lá e eles possuem um comércio forte por aqui também.”

O empreendimento já possui autorização do Ministério de Portos e Aeroportos, da Marinha e da Secretaria do Patrimônio da União. O próximo passo é a assinatura do contrato de adesão como Terminal de Uso Privado (TUP) com a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). Com investimento estimado em R$ 6 bilhões, o terminal deve gerar cerca de 1,5 mil empregos diretos e quase 5 mil indiretos durante a construção.

O governo do Estado declarou, em maio, a utilidade pública das obras para fins de supressão de vegetação nativa, em decreto assinado pelo governador Eduardo Leite. A medida permite à empresa Porto Meridional Participações S.A. solicitar autorização ambiental, respeitando a Lei da Mata Atlântica, sem substituir o processo de licenciamento. O projeto ainda depende da análise do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) pelo Ibama.

A previsão é de que as obras comecem no primeiro quadrimestre de 2026 e a operação se inicie em 2028, com capacidade de movimentar até 53 milhões de toneladas por ano e receber navios de até 399 metros de comprimento. Para o Chile, o Porto Meridional de Arroio do Sal será uma importante rota para escoar produtos para o mercado asiático. 

Rota Bioceânica Sul (Rota 5)

Outra pauta da reunião foi a Rota Bioceânica Sul, a chamada Rota 5, que corresponde ao corredor multimodal que conecta Brasil, Uruguai, Argentina e Chile, unindo portos do Atlântico (como Rio Grande, Porto Alegre, Pelotas, Montevidéu e Buenos Aires) aos do Pacífico, em Valparaíso e San Antonio. 

O Rio Grande do Sul concentra um terço das cidades gêmeas e municípios de fronteira do Brasil, o que amplia as possibilidades de ligação rodoviária e hidroviária com os vizinhos. O desenho da Rota 5 vem sendo debatido desde 2023 em reuniões com autoridades do Chile, do Uruguai e da Argentina e com as bancadas parlamentares de Rio Grande do Sul e Santa Catarina. A iniciativa busca fortalecer a integração sul-americana e abrir novas alternativas logísticas e comerciais para o Estado.

Visita ao município de Arroio do Sal

Através da articulação do prefeito Luciano Pinto, Arroio do Sal sediou, na sexta-feira, 29, um encontro da União Parlamentar do Mercosul, recepcionando comitiva de parlamentares e empresários do Chile. O evento teve como eixo central a apresentação do Porto Meridional e do Corredor Meridional – Serra e Mar, iniciativas que projetam a cidade como um novo polo de oportunidades e conexões comerciais na América Latina. 

“Hoje, nossa conectividade é com o corredor da Argentina, mas não devemos centralizar. Precisamos buscar novas alternativas, com outros países como o Brasil. Essa visita é muito importante para avaliarmos modelos de aliança entre o Porto Meridional e o nosso porto no Atacama, criando o Passo de San Francisco, um corredor logístico capaz de conectar os oceanos Atlântico e Pacífico. Agradeço a oportunidade de construir esta aproximação”, disse o presidente. 

Detalhes técnicos dos empreendimentos 

Os parlamentares e empresários chilenos puderam conhecer os detalhes dos projetos previstos para a região. O diretor de Desenvolvimento de Negócios da DTA Engenharia, Daniel Kohn, apresentou os aspectos técnicos do Porto Meridional, empreendimento estimado em R$ 6,5 bilhões e com capacidade para movimentar 53 milhões de toneladas por ano. “O segundo porto do estado vem para dar vazão ao centro econômico do Rio Grande do Sul, garantindo que nossas cargas permaneçam em território de origem, sem necessidade de deslocamento para outros estados”. 

Outro destaque foi o Corredor Meridional – Serra e Mar, idealizado pela Dra. Sandra Stehling, especialista em logística. A proposta busca integrar a Serra e o Litoral Gaúcho, em conexão com o Corredor Rota Bioceânico “Destacamos a importância deste projeto não apenas como corredor para o desenvolvimento logístico, mas também como econômico turístico, pois estabelece ligações diretas com os principais atrativos da serra gaúcha”, afirmou Sandra.