Na Federasul, setor informa que Rio Grande do Sul vai plantar menos arroz
Queda no consumo contribuiu para a redução de 8% da próxima safra gaúcha em função das sobras. Na nacional, a projeção é de menos 30%

A próxima safra gaúcha de arroz deve ter uma queda de 8% e a produção nacional do produto deve cair cerca de 30%. A estimativa foi levantada durante o Tá na Mesa da FEDERASUL desta quarta-feira, 27, que teve como tema a "Gestão no Mercado: As consequências de nossas decisões". Participaram do debate os presidentes da FEDEARROZ, Alexandre Velho, da FARSUL, Gedeão Pereira e o economista-chefe da FARSUL e CEO da Agronomey, Antônio da Luz.
Ao abrir o evento, o presidente da FEDERASUL, Rodrigo Sousa Costa, lembrou que esse é o momento certo para o produtor rural definir a área que comprometerá com a produção de arroz, destacando que a decisão impactará no faturamento dos próximos dois anos. Ressaltou ainda que é preciso considerar que o mercado está em crise com os preços do produto em queda e que o produtor não deve optar por permanecer numa atividade deficitária. "Os produtores definirão agora, no mês de setembro, como será o próximo ano. O importante é tomar as decisões certas", finalizou.
O economista-chefe da FARSUL, Antônio da Luz, relatou que o ano de 2025 fechará com um excedente de 2.120 milhões de toneladas de arroz em estoque, que se somará à produção da nova safra, elevando ainda mais a quantidade armazenada. Um dos motivos da sobra do produto está sendo a queda per capita do consumo de arroz. Em 2025, o brasileiro terá consumido 29 quilos, enquanto em anos anteriores chegava a 34 quilos por pessoa a cada ano. "Cada produtor tem de buscar seu próprio caminho. Estamos mostrando que ainda dá tempo de fazer ajustes nas escolhas a fim de evitar crises", acrescentou o especialista.
Para o presidente da FARSUL, Gedeão Pereira talvez esse seja um dos momentos mais difíceis para o agronegócio no Estado, considerando os impactos climáticos e a descapitalização e o endividamento dos produtores. "Além disso, não vimos por parte do governo federal nenhum indicativo de contribuir para indicar uma solução", argumentou. Estimou que as vendas na Expointer, que iniciam no próximo sábado, deverão ser mais modestas, já que os produtores perderam grande parte da capacidade de investimentos.
O presidente da FEDEARROZ, Alexandre Velho, defendeu ser necessário buscar novos mercados antes de ampliar as áreas de plantio. Segundo o dirigente, a atividade produtiva exige cada vez mais profissionalismo e racionalidade para alcançar melhor produtividade. "A decisão sobre a área plantada é individual de cada produtor rural, mas o efeito é coletivo", complementou.
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