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Rio Grande,13/06/2025

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Luiz Pereira das Neves Neto

Envelhecimento sadio: os desafios contemporâneos para autoestima e autocuidados na terceira idade

Em uma sociedade que ainda cultua a juventude como padrão de beleza, produtividade e relevância, o envelhecimento se torna, muitas vezes, um desafio não apenas físico, mas também psicológico e social.

Envelhecimento sadio: os desafios contemporâneos para autoestima e autocuidados na terceira idade

Por Luiz Pereira das Neves Neto

Envelhecer é um processo natural e inevitável da vida. No entanto, em uma sociedade que ainda cultua a juventude como padrão de beleza, produtividade e relevância, o envelhecimento se torna, muitas vezes, um desafio não apenas físico, mas também psicológico e social. Diante de um cenário em que a população brasileira envelhece rapidamente — com projeções indicando que, em poucas décadas, o número de pessoas idosas ultrapassará o de jovens —, torna-se urgente refletir sobre o que significa envelhecer com dignidade, autoestima e autonomia.

O conceito de “envelhecimento sadio” vai muito além da ausência de doenças. Ele envolve qualidade de vida, participação social, segurança emocional e manutenção dos vínculos afetivos. E, sobretudo, envolve a capacidade de cuidar de si: física, emocional e simbolicamente. Nesse contexto, o autocuidado na terceira idade não é um luxo, mas um direito e uma necessidade. Inclui desde o acompanhamento médico e o cuidado com a alimentação até práticas cotidianas de valorização da própria imagem, do tempo livre, da espiritualidade e das relações interpessoais.

Contudo, para que o autocuidado seja efetivo, é preciso que exista autoestima. E é justamente aí que muitos idosos enfrentam barreiras invisíveis. O idadismo — preconceito contra pessoas idosas — mina a percepção de valor dessas pessoas, seja nas famílias, no mercado de trabalho ou mesmo nas políticas públicas. Mulheres idosas, por exemplo, lidam com um duplo apagamento: o da idade e o do gênero. Homens, por outro lado, muitas vezes têm dificuldades em reconhecer a necessidade de ajuda ou em expressar suas vulnerabilidades, o que também compromete a saúde emocional.

Frente a esse quadro, o papel da educação cidadã, da cultura e da comunicação é essencial. Precisamos reinventar as narrativas sobre o envelhecimento, valorizando as experiências acumuladas, os saberes tradicionais e a presença ativa dos idosos na construção da vida comunitária. Centros de convivência, universidades abertas à terceira idade, grupos de atividades físicas e de arte têm se mostrado importantes espaços de resgate da autoestima e fortalecimento do autocuidado.

Além disso, cabe ao Estado garantir políticas públicas voltadas ao envelhecimento digno, como o acesso a serviços de saúde humanizados, segurança previdenciária, transporte acessível e moradia adequada. Cuidar da terceira idade é, afinal, um compromisso coletivo. E é também um gesto de reconhecimento para com aqueles que vieram antes de nós — e que continuam, com sua presença, a ensinar, inspirar e transformar o mundo.

Envelhecer com saúde é um direito. Mas envelhecer com amor, respeito e autoestima é o que dá sentido a esse direito.




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