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Rio Grande,16/07/2025

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ARTIGO | Eventos climáticos e a enfermagem: o que estamos fazendo e o que podemos fazer?


ARTIGO | Eventos climáticos e a enfermagem: o que estamos fazendo e o que podemos fazer? Foto: divulgação
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As mudanças climáticas não devem mais ser vistas como apenas uma questão ambiental, mas também, como uma crise de saúde, como declarou a própria Organização Mundial da Saúde. O verão de 2024, em países do hemisfério norte, foi um dos mais quentes da história, enquanto em outros países, como no Brasil, enchentes avassaladoras, pegaram desprevenidos, milhares de pessoas. De ondas de calor a inundações, furacões e incêndios florestais, a gravidade e a frequência desses eventos climáticos extremos começam a ameaçar a saúde não somente da vida animal, mas também, humana.  

Grupos vulneráveis, como crianças, idosos, pessoas com doenças crônicas e comunidades de baixa renda, sofrem o impacto desses efeitos, enquadrando as mudanças climáticas como uma emergência global de saúde pública. Dados atuais revelam, que cerca de 3,6 bilhões de pessoas vivem em áreas altamente vulneráveis aos impactos climáticos. Além disso, há muito tempo, as condições socioeconômicas influenciam não somente nos sistemas de saúde, mas também, na crise climática, principalmente nas regiões mais vulneráveis.  

Eventos climáticos extremos como a poluição do ar e da água e ondas de calor, agravam condições cardiovasculares e respiratórias, enquanto a insegurança alimentar e hídrica aumenta os riscos de desnutrição e doenças infecciosas. Doenças transmitidas por vetores como, malária e dengue, estão em grande expansão geográfica. Distúrbios alérgicos estão mais prevalentes e desequilíbrios na saúde mental e trauma pós-desastre, estão causando impactos ainda maiores na saúde da população.  

Dessa maneira, é urgente a expansão da compreensão da palavra saúde como apenas um fenômeno focado exclusivamente na humanidade, urge, uma visão mais abrangente com foco na interconexão da saúde dos seres humanos e outras espécies e do ambiente físico. Uma vez que, o homem vive em um ambiente interdependente de outras espécies em um ambiente planetário comum.  

Nesse interim, a enfermagem, profissão que tem proximidade com as comunidades de diferentes faixas etárias, ao considerar que as mudanças climáticas têm impacto significativo na saúde das pessoas, está em posição privilegiada para assumir o papel de líder nessa luta. No entanto, ainda é um desafio para esses profissionais entenderem o processo de adoecimento causado ou agravado pelos efeitos das mudanças climáticas, em sua maioria formados em tempos em que a crise climática era um assunto distante do ensino de ciências da saúde.  

Logo, devido à sua importância global e seu papel assistencial junto com a população e levando em consideração que as mudanças climáticas estão atualmente fora do contexto tradicional do desenvolvimento profissional e da força de trabalho em saúde, os profissionais da enfermagem, precisarão desenvolver novas habilidades e expertise para lidar e participar ativamente dos preparativos e respostas aos riscos que ameaçam prejudicar a saúde dos indivíduos. Sendo assim, o sistema de saúde pública também precisa fazer a sua parte, dando capacidade técnica e coordenada para a vigilância, incluindo a gestão, análise e divulgação de dados climáticos e de saúde em todas as regiões geográficas a curto, médio e longo prazo. Ainda, a comunidade científica de pesquisa em saúde é necessária para a construção de uma base de evidências sólidas que corroborem com a compressão da interação entre clima e saúde das populações em níveis, regionais, locais e internacionais. 

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