João José Reinbrecht Braga - Prof.Maninho
Namoro à moda antiga
Existia mais beleza, mais glamour, mais expectativa, enfim, era diferente.
NAMORO À MODA ANTIGA
João José Reinbrecht Braga
Professor Maninho
Cadeira 34- ARLetras
Há alguns anos, o namoro era completamente diferente do que é hoje. Existia mais beleza, mais glamour, mais expectativa, enfim, era diferente. Não entro na discussão se era certo ou errado, se era beleza ou frescura, se era mais sério ou engraçado, o que posso afirmar, é que era diferente.
Não vivi neste primeiro momento, mas ouvi histórias incríveis, ouvi que o começo de tudo era uma troca de olhares que, muitas vezes, se repetiam. A moça ia para a janela, onde ficava debruçada, e esperava que o rapaz passasse, claro que de forma disfarçada, e aí trocavam olhares até ele tomar coragem e chegar para conversar, ela , pelo lado de dentro da casa, e ele, fora da casa.
Como era previsível, ela vestia a melhor roupa, penteava os cabelos e ficava aguardando até o momento que ele se apresentava com traje completo, inclusive gravata borboleta e chapéu, que era retirado em sinal de respeito, quando chegava até ela.
Mais uns encontros “casuais” desses e “pintava o clima”, quando então, ele chegava com um ramo de flores para presenteá-la, num gesto já esperado, mas que ela simulava surpresa. Aí começava o namoro.
Na geração seguinte, pouca coisa mudou, pois elas não freqüentavam mais as janelas e nem eles usavam chapéu, nem terno completo. A troca de olhares continuou, até que chegasse o momento da aproximação, que era antecedido pelo ramo de flores.
A troca de olhares e sorrisos passou a ser chamada flerte, que antecedia o namoro. O próximo passo era a pedida em namoro, que se dizia “topar a garota”. Claro que após o pedido,ela solicitava um tempo para pensar, o que era pura formalidade, pois se chegasse até aí, já estava quase “topada”.
A seguir, vinham os passeios nas praças, acompanhados de amigos e parentes, chamados “doce de pera”, não sei por quê, mas sair sozinhos...não mesmo. Nos fins de semana, iam ao matiné (sessão cinematográfica exibida à tarde), ou simplesmente, passeios.
A partir daí, acontecia a sequência do namoro, que seria noivado, para posterior casamento.
Era certo? Não sei, que cada um tire suas conclusões, mas uma coisa é certa, havia muito glamour, muita beleza, muita expectativa, que hoje, os jovens não vivenciam.
COMENTÁRIOS
em 25/03/2023
Parabéns, caro confrade Maninho, pela bela recuperação de nossa cultura do passado, por vezes esquecida em nossos tempos.