Pesquisadores da FURG integram estudo internacional sobre a necessidade de acelerar a pesquisa sobre captação de carbono pelo oceano por meio da intervenção humana
Entre os autores, estão Matheus Batista, doutorando no Programa de Pós-Graduação em Oceanologia (PPGO-FURG); Thiago Monteiro, pesquisador de pós-doutorado no mesmo programa; e Andréa Carvalho, egressa do PPGO-FURG. Eles representaram o Brasil nessa colabo

Três pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande (FURG) estão representando o Brasil em um artigo internacional publicado na revista científica “The Innovation”. O trabalho, que reúne cerca de 100 cientistas de 46 países, defende a necessidade de intensificar as pesquisas e ações voltadas à captação de carbono pelos oceanos por meio das intervenções humanas.
Entre os autores estão Matheus Batista, doutorando no Programa de Pós-Graduação em Oceanologia (PPGO-FURG); Thiago Monteiro, pesquisador de pós-doutorado no mesmo programa; e Andréa Carvalho, egressa do PPGO-FURG. Eles representaram o Brasil e a FURG na colaboração científica de alcance global.
Conforme o estudo, o artigo destaca que, para alcançar a meta de emissões líquidas zero até 2050, compromisso firmado no Acordo de Paris, não basta apenas reduzir as emissões de carbono, sendo também necessário a execução de ações complementares, como a proteção e a restauração de ecossistemas costeiros ricos em carbono, os chamados “ecossistemas de carbono azul”, como manguezais, pradarias marinhas e marismas.
Além disso, os autores defendem a implementação de soluções baseadas na natureza que sejam sustentáveis, justas e inclusivas. O envolvimento de jovens pesquisadores, conhecidos como Early Career Ocean Professionals (ECOPs), é apontado como essencial nesse processo. Segundo o estudo, esses profissionais trazem inovação, conhecimento técnico e paixão, sendo protagonistas no avanço das iniciativas conhecidas como Ocean Negative Carbon Emissions (ONCE), voltadas à remoção de carbono da atmosfera com o uso do oceano.
Os autores representam 46 países e seis continentes, entre eles, pequenas ilhas-estado como Fiji, Seychelles e Timor-Leste, que estão entre os mais vulneráveis aos impactos das mudanças climáticas.
A iniciativa envolve universidades, centros de pesquisa, órgãos governamentais e ONGs, reforçando o caráter interdisciplinar do trabalho. Conforme divulgado pela publicação científica, muitos dos participantes se conectaram por meio de redes internacionais como o International Marine Early Career Network (IMECaN) e o programa ECOP, participando de eventos promovidos pela Década da Ciência Oceânica da ONU em cidades como Barcelona, Bangkok e Qingdao.
Além disso, a missão do programa vai além da ciência: ela busca proteger e restaurar ecossistemas marinhos e promover estratégias oceânicas sustentáveis e socialmente equitativas. Nesse cenário, os ECOPs desempenham papel estratégico, atuando na interface entre ciência, sociedade e políticas públicas. Suas ações integram pesquisa de ponta, inovação tecnológica e engajamento comunitário.
O estudo também está alinhado ao Manifesto do Congresso Científico de Um Oceano (OOSC), lançado em junho de 2025, que propõe diretrizes práticas para a governança global dos oceanos e soluções para a crise climática, em preparação para a Terceira Conferência da ONU sobre os Oceanos.
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