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Rio Grande,22/05/2025

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FURG participa do primeiro Seminário Regional de Integração em Gestão de Riscos e Desastres

Universidade conversou sobre sua atuação nas enchentes de 2024 e apresentou seu plano de futuro com o CIEX


FURG participa do primeiro Seminário Regional de Integração em Gestão de Riscos e Desastres Foto: Hiago Reisdoerfer/Secom
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Na tarde desta última terça-feira, 20, a Agência de Desenvolvimento Regional da Zona Sul - por meio da sua Câmara Técnica de Resiliência e Desenvolvimento - promoveu o primeiro Seminário Regional de Integração em Gestão de Riscos e Desastres. A ação, realizada em parceria com a Defesa Civil, Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e FURG, aconteceu em Pelotas e teve como objetivo mapear os avanços de diversas instituições regionais e estaduais no enfrentamento de eventos extremos, além de refletir sobre os trabalhos realizados durante as enchentes de maio de 2024.

Na oportunidade, estiveram presentes representando a FURG o vice-reitor, Ednei Primel, junto à mesa de abertura; a professora do Instituto de Oceanografia (IO) e uma das coordenadoras do Comitê de Eventos Extremos da Universidade, Elisa Fernandes, também responsável por uma apresentação sobre os serviços prestados pela Universidade no contexto de 2024, além de tudo que a instituição aprendeu e emprega no campo da resiliência climática; o secretário de Gestão Ambiental, Felipe Kessler; o diretor do Complexo de Museus, Lauro Barcellos; e a professora do IO, Salette Figueiredo.

“É com grande responsabilidade e senso de compromisso que a FURG se integra ao Primeiro Seminário Regional de Integração em Gestão de Riscos e Desastres. Este evento representa um marco fundamental para o fortalecimento da articulação entre instituições de ensino, poder público, organizações da sociedade civil e comunidades, frente a um dos maiores desafios contemporâneos: a construção de territórios resilientes diante das emergências e desastres socioambientais”, explica o vice-reitor.

Após tudo o que foi vivido em 2024, especialmente considerando o volume de informações técnicas importantes para diversos setores da sociedade, a FURG, por meio de seus pesquisadores, técnicos e gestores, reforça o seu papel institucional de contribuir ativamente não apenas para o desenvolvimento regional sustentável, mas também para a salvaguarda do território e da sua população. “Em um contexto de mudanças climáticas cada vez mais intensas, é imprescindível que o conhecimento científico esteja aliado à gestão pública e à participação comunitária”, reforça o gestor.

Para Kessler, o seminário é uma ótima oportunidade para integrar saberes, compartilhar experiências e construir redes de cooperação capazes de ampliar a capacidade coletiva de resposta aos eventos extremos. “A universidade, como espaço de formação, inovação, pesquisa  e extensão deve estar na linha de frente da construção de políticas e práticas mais eficazes e humanas na gestão de riscos, e, por meio de ações como essa, reafirmamos o compromisso da FURG com a formação cidadã, com a ciência aplicada às demandas sociais e com a defesa da vida e do meio ambiente”, aponta o diretor.

A ação reuniu diversas autoridades e lideranças da região, bem como diversos agentes diretamente envolvidos tanto na mitigação dos impactos das enchentes de 2024, quanto com os desafios diários de construir cidades mais resilientes frente aos desafios climáticos que se apresentam com cada vez mais incidência.

Compuseram a mesa de abertura do evento o vice-reitor da FURG, Ednei Primel; a presidente da Agência de Desenvolvimento Regional da Zona Sul, Paula Schild Mascarenhas; o chefe da Casa Militar do Estado do Rio Grande do Sul e coordenador Estadual da Defesa Civil, coronel Luciano Chaves Boeira; o coordenador Regional da Defesa Civil, coronel Márcio André Facin; o diretor de Gestão de Desastres da Secretaria de Estado da Proteção e Defesa Civil de Santa Catarina, coronel César de Assunção Nunes; o comandante do Comando Regional de Polícia Ostensiva Sul, coronel Alexandre Pereira Cardoso; o comandante do Terceiro Comando Regional de Bombeiros Militares, coronel Isandré Antunes de Souza; o comandante do 9º Batalhão de Infantaria Motorizada do Exército Brasileiro, coronel Daniel Pascual Zanini;   o comandante do Destacamento de Controle do Espaço Aéreo de Canguçu, capitão Sávio Mesquita Ribeiro; o superintendente da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico Regional Sul,  Flávio Tröger; o Capitão de Fragata, Ajudante da Capitania dos Portos, capitão Bacchini; o delegado Regional da Polícia Civil, Márcio Stephens; e o inspetor-Chefe da Sétima Delegacia da Polícia Rodoviária Federal, Daniel Pitrez.

Além das autoridades supracitadas, também estiveram presentes prefeitos e vice-prefeitos dos municípios da região, como Amaral Ferrador, Chuí, Morro Redondo, Rio Grande e São Lourenço do Sul.

Programação

Ao longo da tarde, autoridades da região e da defesa civil apresentaram planos de trabalho e aprendizados deixados pelo enfrentamento aos eventos extremos nos últimos anos. No fim do dia, foi organizado um painel com a presença dos membros da Câmara Técnica de Resiliência e Desenvolvimento. Na ocasião, a professora Elisa realizou uma importante fala sobre a atuação da FURG durante as enchentes de maio, demonstrando a capacidade instalada da instituição para lidar com a crise, e, além disso, apresentou também o que foi aprendido naquela situação, culminando com a criação do Centro Interinstitucional de Observação e Previsão de Eventos Extremos, o Ciex.

“Naquele momento, o comitê de Eventos Extremos da FURG, composto por professores e técnicos de diferentes áreas da instituição, atuava com base em um modelo hidrodinâmico que representava toda a Lagoa dos Patos, amplamente calibrado e validado ao longo de mais de 20 anos de pesquisa. Por meio dessa ferramenta que foram sendo geradas séries temporais de nível em lagoa para alimentar um modelo de segmentação de inteligência artificial, que garantia uma informação tão próxima da realidade quanto possível, nos garantindo um monitoramento remoto quase em tempo real da situação”, detalha em sua fala a professora.

Em Rio Grande, o grupo tinha acesso a um modelo digital de terreno em altíssima resolução, o que possibilitou projetar a altura das águas em todas as ruas da cidade com altíssima precisão. Dessa forma, não apenas foi realizado um trabalho de conscientização com a população para a segurança das próprias pessoas, mas também, foram geradas informações técnicas como o tipo de veículo que poderia ser utilizado para transitar em cada rua do município; esse dado foi importante para as forças de Segurança e Defesa Civil que balizaram estratégias de mobilidade a partir dessa informação.

“Todas essas informações que foram geradas na FURG eram permanentemente compartilhadas com as prefeituras de toda a região sul, com a Portos RS, com a Praticagem da Barra e com as Defesas Civis”, completou Elisa.

Aplicando o que foi aprendido e melhorando para o futuro

Passados os impactos das enchentes, representantes do Comitê de Eventos Extremos levaram à Reitoria da FURG a proposta de criação do CIEX. O centro tem em seu cerne a característica interinstitucional, especialmente em razão das parcerias estabelecidas durante o evento extremo, constituindo um espaço de atuação conjunta entre diversas forças e suas expertises para alinhar o mais rápido possível, ações combinadas de preparação e mitigação.

De acordo com a coordenadora do projeto, Elisa Fernandes, o centro atuará por meio do que é chamado de Gêmeo Digital da Lagoa dos Patos. “Essa ferramenta utiliza dados observacionais de diferentes centros de observação para realizar uma análise permanente de cenário, e, também, para validar um conjunto de modelos de previsão em tempo real”, informa a professora.

O centro conta com modelos hidrológicos, hidrodinâmicos, meteorológicos e de inundação em tempo real, o que permite não apenas um alto grau de confiabilidade nos dados gerados, mas também permite gerar prognósticos e mitigação de eventos extremos, sejam eles de inundação ou de secas. Ao todo são mais de 20 instituições apoiadoras, envolvendo representantes da sociedade civil organizada, Universidade e poder público.

“Todas as informações geradas pelo Ciex serão disponibilizadas diretamente aos tomadores de decisão, à Defesa Civil e às Forças de Segurança; no mais, essas informações também são de extrema relevância para todos os usuários do sistema, uma vez que, de forma inédita, poderemos prever como que todos os municípios às margens da Lagoa responderão aos eventos, além de também gerar informações de impacto para diferentes setores da economia como a agricultura, a pesca e a navegação”, conclui Elisa.

Por fim, a professora Elisa, em nome do Comitê de Eventos Extremos da FURG, recebeu das mãos da Defesa Civil uma medalha em homenagem aos serviços prestados pelo grupo.

 

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