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A inadimplência dos gaúchos bateu recorde no mês de abril, com 42,02% das pessoas endividadas. O valor total devido se aproxima de R$ 24 bilhões, sendo que a média das dívidas por pessoa é de R$ 6.434. O levantamento foi divulgado pela Serasa Experian. Assim como ocorre na média do Estado, a Cidade do Rio Grande também está registrando recordes de inadimplência. Em abril, 80.778 rio-grandinos foram considerados inadimplentes, totalizando R$ 503.336.580,00 em dívidas, representando 42,08% da população, se considerar que o município possui 191 mil habitantes, conforme o IBGE de 2022. A média por pessoa é de R$ 6.231,11.

Os dados apontam uma tendência de crescimento da inadimplência em Rio Grande ao longo de 2025. Em janeiro, o número de inadimplentes era de 78.390, com um valor total de R$ 449 milhões. Em apenas quatro meses, houve um acréscimo de 2.400 pessoas devedoras, com aumento proporcional no valor total das dívidas.

Comparativo com 2024

Entre os meses de janeiro e abril de 2024, o total de rio-grandinos com contas em atraso variou entre 76 mil e 77 mil. No mesmo intervalo de tempo deste ano, esse número subiu para uma faixa entre 78 mil e 80 mil inadimplentes, o que representa um aumento de 3,27% no índice de endividamento.

Situação da Região Sul

Na comparação com outras cidades da região Sul do Estado, Pelotas lidera em número absoluto de inadimplentes, com 114.041 pessoas em situação de dívida e um total de R$ 667 milhões devidos. No entanto, o ticket médio por pessoa em Pelotas é de R$ 5.849,27, número inferior ao registrado em Rio Grande.

A terceira cidade da região Sul com o maior número de endividados é Santa Vitória do Palmar, com 10.381 inadimplentes e uma média de R$ 3.868,00 em dívidas por pessoa. Em seguida, Capão do Leão, São Lourenço do Sul e Canguçu são os outros municípios que apresentam o maior número de pessoas endividadas, com 9.743, 8.894 e 8.625 inadimplentes, respectivamente.

Perfil dos endividados no Brasil

Segundo a pesquisa divulgada em abril deste ano pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o endividamento aumentou entre os homens, com alta de 0,5 ponto percentual, e de forma ainda mais expressiva entre as mulheres, com crescimento de 0,9 ponto percentual. Apesar do aumento do endividamento masculino, os homens apresentaram redução na inadimplência e melhoria na capacidade de pagamento. Já entre as mulheres, foi observado crescimentos  na inadimplência e na percepção de que não conseguirão quitar as dívidas em atraso.

Na análise por faixa de renda, o maior avanço do endividamento ocorreu entre as famílias com renda de até três salários mínimos, com aumento de 1,0 ponto percentual em relação a março de 2024. Em contraste, os consumidores com renda entre cinco e dez salários mínimos registraram a maior queda da inadimplência, com redução de 1,1 ponto percentual. Entre aqueles que recebem mais de dez salários mínimos, houve um leve aumento tanto da inadimplência quanto da proporção dos que acreditam não conseguir pagar os débitos vencidos.

O estudo da CNC aponta que o cartão de crédito permanece como a principal modalidade de endividamento, utilizado por 83,7% dos consumidores endividados. Em contrapartida, os carnês voltaram a ser mais utilizados em 2025, consolidando-se como a segunda forma mais comum de dívida entre as famílias, com crescimento de 1,3 ponto percentual na comparação anual A pesquisa foi realizada com cerca de 18 mil consumidores em todo o país.