Publicidade

Durante a 6ª reunião da Gestão 2024/2027 do Grupo Temático de Logística/COINFRA da FIERGS, realizada nesta terça-feira, 13, a Portos RS expôs os avanços recentes nas obras de dragagem e nos projetos de recuperação das hidrovias do Rio Grande do Sul, duramente atingidas pelas enchentes de maio de 2024. O encontro, conduzido pelo coordenador Sérgio Klein, contou com a participação de representantes da indústria e do setor logístico, de forma presencial na sede da FIERGS e com transmissão híbrida.

Cristiano Klinger, presidente da Portos RS, ressaltou a importância da articulação entre instituições e setor empresarial para garantir os recursos necessários à recuperação da infraestrutura portuária e à reabilitação da navegabilidade dos principais canais aquaviários do estado. “A articulação entre diferentes atores foi fundamental para viabilizar os investimentos necessários à dragagem e à reconstrução das nossas hidrovias, garantindo a retomada da navegabilidade e o escoamento da produção gaúcha”, afirmou.

Na apresentação, foram destacados os impactos das enchentes nas operações dos portos administrados pela Portos RS. O Porto de Porto Alegre ficou inoperante por dois meses, o de Pelotas por quinze dias, enquanto o Porto do Rio Grande seguiu operando normalmente, o que foi crucial para manter o abastecimento logístico durante o período crítico.

As ações de dragagem, iniciadas em 2022, somam investimentos de R$ 313,4 milhões, abrangendo os trabalhos realizados até 2024, as intervenções emergenciais após as enchentes e a dragagem de manutenção que atualizou o calado para 14,20 metros. Klinger também apresentou os próximos passos do planejamento, como a licitação do lote 3, que abrange mais 8 canais da hidrovia, e a intervenção no canal de Rio Grande, além do contrato anual de R$ 12 milhões para serviços de sinalização náutica.

Outro destaque foi o Programa Estratégico de Reconstrução I, financiado com recursos do Fundo do Plano Rio Grande (FUNRIGS). O programa prevê um investimento total de R$ 731,4 milhões para reconstrução de infraestruturas terrestres e náuticas. Entre as principais ações estão a dragagem do Canal do Porto do Rio Grande, com orçamento de R$ 437 milhões e prazo de execução de 18 meses, e a dragagem dos canais interiores das Lagoas dos Patos e Guaíba, com R$ 254 milhões e prazo de 24 meses. Também estão previstos R$ 40 milhões para melhorias em infraestrutura elétrica e controle de acesso no Porto de Porto Alegre.

Segundo a Portos RS, já foram iniciadas as dragagens nos canais Furadinho, Pedras Brancas, Leitão e São Gonçalo. Os demais lotes encontram-se em fase de licitação ou em levantamento hidrográfico. As obras visam restaurar a profundidade dos canais e recuperar as estruturas náuticas danificadas, assegurando condições adequadas para a retomada das operações portuárias.

Por fim, Klinger enfatizou que a recuperação das hidrovias vai além da reconstrução física. Trata-se de uma oportunidade estratégica para fortalecer a logística integrada e impulsionar o desenvolvimento econômico regional, garantindo maior eficiência e segurança ao sistema hidroviário gaúcho nos próximos anos.