Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Arroio Grande prepara ação coletiva contra CEEE/Equatorial
Processo reúne produtores do interior do município prejudicados pela falta de luz

O Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR) de Arroio Grande prepara uma ação coletiva de agricultores e pecuaristas familiares contra a CEEE/Equatorial. O processo pretende garantir indenização para as famílias que ficaram mais de 20 dias sem energia elétrica.
Na tarde de segunda-feira, 22, a assessoria jurídica do Sindicato promoveu uma reunião com 52 produtores para explicar a ideia da ação, os passos a serem seguidos e coletar assinaturas dos interessados. Todos aderiram a proposta.
"O sindicato cumpre a sua função dentro da sua esfera de trabalho, pois cabe a nós também ser porta-voz dos trabalhadores rurais, dos produtores rurais, de quem tira sua produção do campo e vem sofrendo enormemente com essa piada de mal gosto que é o serviço prestado pela CEEE/Equatorial. E quando as outras esferas se mostram anímicas no processo de defesa do produtor, resta a nós, então, encaminhar esse processo via as ações judicial, enfim, acreditando que ainda se possa ter um revés e que esses produtores possam pelo menos ter uma compensação frente a todos os prejuízos que tiveram e são incalculáveis, pois é impossível calcular o dano moral sofrido por cada família", declara o presidente do STR de Arroio Grande, João Cézar Larrosa.
A ação judicial reúne gente como o produtor de leite, Renato Bueno Padilha, 49 anos, morador do assentamento Novo Arroio Grande, na localidade do Chasqueiro, que em 22 dias sem luz acumulou um prejuízo estimado em R$ 8 mil. Além de perder uma produção diária de cem litros de leite, Padilha ainda precisou comprar um novo gerador. "O gerador que tínhamos não aguentou e precisei pedir um empréstimo para comprar outro, que custou R$ 3 mil, isso sem falar no que gastamos de combustível", conta.
Quem também decidiu entrar no processo contra a CEEE/Equatorial foi a pecuarista familiar, Isaura Caetano Brasil, de 71 anos, moradora da localidade de Cerrito no município vizinho de Herval. "Vivo só meu marido que é idoso e doente e ficamos 20 dias sem nada de luz, perdemos tudo que havia no freezer e na geladeira, vivemos um sufoco, na escuridão total", diz.
Com a ação tanto Padilha como Isaura esperam conseguir compensar financeiramente parte dos prejuízos materiais sofridos, mas têm consciência de que o trabalho e o sofrimento que passaram não têm preço.
Próximos passos
Conforme o assessor jurídico do sindicato, Frederico Pires a ação deve ser ajuizada nas próximas semanas. "A situação é alarmante, ouvindo os produtores, jamais vi alguma situação com tamanho descaso, sem assistência alguma da CEEE/Equatorial", declara.
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