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Em decorrência das últimas cheias da Lagoa dos Patos, que causaram impactos significativos em áreas ribeirinhas de Pelotas, o Executivo Municipal desenvolveu ações emergenciais e estruturais para conter eventuais novas inundações. O plano de contenção vem sendo desenvolvido com apoio técnico e científico da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e da Universidade Federal do Rio Grande (Furg).

Entre as intervenções já implementadas estão a elevação da faixa de areia nos balneários do Laranjal e do Pontal da Barra, que funciona como barreira física para conter o avanço das águas. No Laranjal, foi construída uma contenção de areia que permanecerá durante o inverno. A estrutura permitiu a instalação de um novo equipamento de bombeamento na avenida Doutor Antônio Augusto de Assumpção, nas proximidades do chafariz Velas ao Vento, ampliando a capacidade de escoamento da água.

De acordo com a administração municipal, as obras continuarão nos próximos meses para evitar que as áreas afetadas sofram novos alagamentos ainda este ano. As medidas foram detalhadas em audiência pública com a presença de moradores da região.

Paralelamente às ações de contenção, a Prefeitura e a UFPel avançam na revisão do Plano de Resiliência Climática de Pelotas. O Grupo de Trabalho (GT) responsável pela tarefa reúne técnicos de diversas secretarias municipais, do Serviço Autônomo de Saneamento de Pelotas (Sanep) e da universidade. Na manhã de terça-feira, 22, o GT recebeu o coordenador regional da Defesa Civil, Márcio André Faccin, em reunião na Secretaria de Urbanismo (Seurb).

Convidado pelo secretário municipal da Defesa Civil, Milton Martins, Faccin elogiou o trabalho em andamento. Para o oficial da Brigada Militar, com vasta experiência no enfrentamento de crises climáticas, o plano de revisão é abrangente e vai "para além do necessário". Ele destacou a participação popular, o uso da ciência e a valorização das equipes técnicas como pontos fortes do projeto. A presença de Faccin também abriu a possibilidade de a Defesa Civil regional oferecer um curso de formação aos integrantes do GT.

Segundo a chefe de gabinete da Seurb, Fabiane Fonseca, o grupo atualmente trabalha na revisão de Protocolos e, na sequência, passará à atualização dos Planos de Contingência, que reúnem os protocolos e propõem respostas rápidas a eventos climáticos extremos.

O secretário da Seurb, Otávio Peres, afirmou que, ao final da revisão, o novo Plano de Resiliência Climática será submetido à população em audiências públicas. A intenção é consolidar um diálogo já em curso com as comunidades, por meio das ações de campo conduzidas pela Seurb e por outras pastas, como Serviços Urbanos e Infraestrutura (Ssui), Habitação e Regularização Fundiária (SHRF), Defesa Civil (SMDC), Qualidade Ambiental (SQA) e Assistência Social (SAS).