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As condições climáticas que atingem a Região Sul do Estado estão ocasionando em dias nublados e com geada. Desde a semana passada, a presença do sol se tornou cada vez mais discreta. Em decorrência desse cenário de paisagens cinzas, a população pode sentir um impacto  direto no cotidiano, não só na disposição, que tende a ficar menor em dias de tempo mais fechado, mas, sobretudo, no emocional.

A exposição ao sol, além de ser essencial para a produção de vitamina D, contribui para a regulação da serotonina, um neurotransmissor responsável por funções como humor, sono, libido, ansiedade, apetite, temperatura corporal, ritmo cardíaco e, sobretudo, pela sensação de satisfação e bem-estar. Assim, a ausência de luz solar pode levar à redução nos níveis de vitamina D e, consequentemente, afetar o equilíbrio emocional.

“A condição climática que vivemos atualmente traz muitos prejuízos tanto para nossa saúde mental quanto para a saúde física. A falta de sol pode causar uma deficiência de vitamina D, o que afeta, entre outras coisas, nosso sistema imunológico e nos deixa suscetível a uma série de doenças. Essa condição também interfere diretamente no nosso sono, pois a exposição solar ajuda nosso corpo a liberar substâncias naturais essenciais para regulação do nosso ciclo circadiano. Além disso, a exposição solar também ajuda na liberação de substâncias naturais relacionadas a sensação de bem estar, como a serotonina, popularmente conhecida como “hormônio da felicidade”, explica a psicóloga Lizandra Barreto.

Depressão sazonal

Além disso, a especialista também alerta que nesta época do ano a população pode ficar mais suscetível ao desenvolvimento da depressão sazonal. Também conhecida como transtorno afetivo sazonal (TAS), trata-se de um tipo de depressão que se manifesta em determinadas épocas do ano, principalmente, durante o outono e o inverno.  “Esses prejuízos são tão comuns e intensos que no último Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais - DSM-5-TR foi descrito um tipo específico de depressão sazonal, que afeta, majoritariamente, as pessoas durante o outono e inverno, com a remissão dos sintomas nos períodos de primavera e verão”, explica a psicóloga.

O diagnóstico da depressão sazonal é feito por um especialista, sendo ele psiquiatra ou psicólogo, através da avaliação dos sintomas apresentados e do histórico de saúde do paciente. Por isso, é fundamental estar sempre atento às variações de humor e realizar acompanhamento médico. Segundo a psicóloga Lizandra Barreto, manter hábitos saudáveis e uma alimentação rica em nutrientes pode suprir as necessidades de exposição à luz solar e auxiliar na regulação do humor. 

“Nesse período e, especialmente na nossa região, é importante manter exames de rotina em dia, verificar a possível necessidade de suplementação de vitaminas e tomar medidas de regulação do sono, como evitar cafeína após 15 horas, baixa exposição à luz artificial pouco antes de dormir e horários regulares para dormir e acordar, com o mínimo de sete horas dormidas por noite para adultos. Um sono de qualidade é inegociável para quem deseja ter saúde física e mental. Além disso, existem muitas outras formas para nosso corpo liberar substâncias responsáveis pela sensação de bem estar, como atividades físicas regulares e uma alimentação rica em nutrientes. Hábitos saudáveis vão suprir a necessidade de exposição solar nesses períodos em que temos essa privação e nos manterão saudáveis durante todo o ano”, finaliza a especialista.