Operação desarticula grupo criminoso especializado em furto e receptação de fios de cobre na região sul do Estado
Organização atuava em empresas e propriedades rurais e causou prejuízo estimado em mais de R$ 2 milhões

O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), por meio da Promotoria de Justiça Criminal de Pelotas e com apoio do 10° Núcleo Regional do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) – Sul, deflagrou nesta quarta-feira, 14, a Operação Rede Segura. A ofensiva resultou na desarticulação de um grupo criminoso responsável por furtar e roubar fios e cabos de cobre de empresas e propriedades rurais na região Sul do Estado, com posterior revenda do material a receptadores, sobretudo no Vale do Sinos. O prejuízo causado pelas ações do grupo ultrapassa os R$ 2 milhões.
Foram cumpridos 38 mandados de busca e apreensão nos municípios de Capão do Leão, Pelotas, Santa Vitória do Palmar, São Leopoldo e Novo Hamburgo. Participaram da ação 35 agentes do GAECO, cerca de 160 integrantes da Brigada Militar, 30 policiais penais e mais 30 membros da Força-Tarefa de Fios e Cabos do governo estadual.
Durante a operação, foram apreendidos documentos, objetos ilícitos, equipamentos de informática, mídias eletrônicas, celulares, arquivos digitais e dinheiro sem procedência. O objetivo do MPRS é reunir mais provas contra os investigados e aprofundar a responsabilização penal dos envolvidos.
A investigação identificou dois núcleos distintos no esquema criminoso: o primeiro, com base em Capão do Leão, é responsável pelos furtos e roubos; o segundo, pelo armazenamento e receptação dos materiais. O núcleo executor conta com pelo menos 16 investigados que atuam também em Pelotas e Santa Vitória do Palmar. Já o núcleo de receptação reúne ao menos quatro pessoas das regiões Sul e do Vale do Sinos.
Segundo o MPRS, o grupo agia de forma organizada. Escolhia os alvos, geralmente empresas de grande porte ou propriedades rurais, e realizava os ataques durante a madrugada. As ações envolviam entre cinco e oito criminosos equipados com roupas camufladas, toucas ninja ou máscaras, luvas, botas e coletes balísticos. Eles estavam armados com pistolas, revólveres e até armas longas. Após os crimes, os materiais eram armazenados temporariamente e, em seguida, negociados com receptadores que providenciavam o transporte.
Diversos roubos ocorreram no Bairro Jardim América, em Capão do Leão. Dados obtidos pelo promotor Érico Russo revelam a dimensão do problema: apenas em Pelotas, foram registrados 250 furtos de fios e cabos em 2024, média de 20 por mês. Entre janeiro e abril deste ano, já foram 77 ocorrências, com média mensal de 19 casos.
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