Sindicato dos Bancários do Rio Grande realiza manifestação por denúncias de assédio moral em Banco
O ato, realizado em frente a uma agência bancária, contou com o apoio do Sindicato dos Bancários de Pelotas e da Federação dos Trabalhadores em Instituições Financeiras do Rio Grande do Sul (Fetrafi-RS).

Na manhã desta quinta-feira, 20, o Sindicato dos Bancários do Rio Grande (Seeberg) realizou uma manifestação por conta de denúncias de suposto assédio moral relatado por trabalhadores bancários na agência do Santander, no centro do Rio Grande. O ato, realizado em frente à agência, contou com o apoio do Sindicato dos Bancários de Pelotas e da Federação dos Trabalhadores em Instituições Financeiras do Rio Grande do Sul (Fetrafi-RS).
O diretor do Sindicato dos Bancários do Rio Grande, Silviomar Martins, relatou ao O Litorâneo algumas das denúncias registradas pelo Sindicato sobre agência. Além disso, comentou que a manifestação ocorrida nesta quinta-feira, 20, é o primeiro ato do sindicato, podendo haver novas manifestações caso o problema não seja solucionado. Atualmente, a agência localizada no calçadão do Rio Grande conta com 20 funcionários, segundo eles.
“O que nos motivou a fazer esse ato de repúdio hoje contra a administração do Santander é o assédio que os funcionários estão sofrendo aqui em Rio Grande, bem como a ação antissindical promovida pela administração do banco. O assédio começou no ano passado, e nós viemos dialogando com a administração da agência, com a regional, no intuito de tentar apaziguar e chegar a um denominador comum. Porém, isso não avançou, ou seja, não houve reciprocidade, nenhuma melhora”, afirmou o diretor do Seeberg, Silviomar Martins.
Conforme os relatos repassados por representantes do Seeberg e da Fetrafi, os bancários estão sofrendo com metas abusivas, o que tem ocasionado problemas psicológicos para os trabalhadores. Segundo o diretor jurídico da Fetrafi, Luiz Carlos Barbosa, os trabalhadores também estão enfrentando a precarização, sendo essa uma das reivindicações da categoria. “Estamos aqui com a Federação, o Sindicato dos Bancários de Porto Alegre, o Sindicato dos Bancários de Pelotas e começamos essa atividade em Rio Grande. Isso porque, Rio Grande está enfrentando um problema sério nesta agência, que já vem se arrastando há oito meses. Já tentamos resolver isso, mas o que tem ocorrido ultimamente? O banco criou um tipo de trabalho terceirizado, ou seja, o banco demite o bancário e contrata um funcionário terceirizado, que custa 50% menos do que nossa convenção coletiva. Isso precariza, pois a pessoa não é tão qualificada para atender os clientes no sistema financeiro. Estamos pedindo o fim dessa terceirização, o fim das metas, que consideramos excessivas, e queremos também mais bancários nas agências para garantir um melhor atendimento à população”, afirmou Luiz Carlos Barbosa.
Durante a manifestação, a diretora de Saúde da Federação dos Bancários, Raquel Gil de Oliveira, afirmou que os funcionários possuem um canal de denúncias anônimas, por meio do qual são relatados casos de burnout e outros problemas psicológicos. “Hoje, é raro encontrar um funcionário de agência bancária que não trabalhe com medicamentos. Se você abrir as gavetas dos funcionários, todos têm remédios para pressão ou para a angústia que sofrem no ambiente de trabalho. O trabalho não pode ser uma causa de adoecimento dos trabalhadores. Temos um canal de denúncias que os colegas podem acessar de forma anônima ou identificados. Eles fazem a denúncia e a federação, juntamente com os sindicatos, responde sobre as medidas adotadas”, afirmou Raquel.
O Litorâneo entrou em contato com a assessoria de comunicação do Banco Santander solicitando um posicionamento sobre o caso. Em nota, o banco afirmou: “O Santander respeita a manifestação do sindicato e reforça que possui fóruns adequados para dialogar sobre temas de interesse de seus funcionários.”
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