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Rio Grande,27/07/2024

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Samuel Ferreira

COP28: O Que Você Faria Se Soubesse O Que Eu Sei?

A COP28 é extremamente importante, mas terrivelmente contraditória, sendo realizada nessa edição nos Emirados Árabes Unidos, um dos maiores produtores de petróleo do mundo.


COP28: O Que Você Faria Se Soubesse O Que Eu Sei?

COP28: O Que Você Faria Se Soubesse O Que Eu Sei?

Por Samuel Ferreira

A pergunta que compõem o título dessa matéria é de autoria de James Hansen, pesquisador sênior da NASA, cientista nas áreas de física, matemática, astronomia e depois acabou se tornando um dos maiores climatologistas do mundo. Em 1988, quando falou “o que você faria se soubesse o que eu sei?”, Hansen se referia a necessidade e a responsabilidade que a comunidade científica deveria ter ao comunicar à sociedade sobre as principais mudanças climáticas que viriam.

Na época, trinta anos atrás, James Hansen apresentou um modelo de mudança climática realizada pelos humanos junto ao atual modelo econômico para o Congresso dos Estados Unidos. As projeções do cientista assombrou a classe política norte-americana, portanto se olharmos para ela hoje veremos que Hansen acertou quase tudo, principalmente no aumento da temperatura de 0,6°C entre 1988 e 2017.

Mas e daí? O que Hansen e suas declarações tem em relação à COP28?

Entre os dias 30 de novembro e 12 de dezembro de 2023 estará acontecendo a 28ª edição da “Conferência das Partes” (COP28) da Organização das Nações Unidas (ONU) em Dubai nos Emirados Árabes Unidos (EAU). Nessa grande conferência os governantes e governos estarão reunidos para discutir, refletir e concluir como limitar as possíveis alterações climáticas e como se preparar contra os eventos climáticos extremos e outras mudanças que já estão em curso, que já estão acontecendo. 

As “Partes” que participam da conferência são os países que assinaram o acordo climático da ONU em 1992, e consequentemente, estão compromissadas na redução de emissões de gases que geram e aceleram o “efeito estufa” no Planeta Terra. Esses gases de “efeito estufa” são gerados pela queima do petróleo, gás e carvão, os 3 principais combustíveis fósseis utilizados no mundo como matriz energética.

A COP28 é extremamente importante, mas terrivelmente contraditória, sendo realizada nessa edição nos Emirados Árabes Unidos, um dos maiores produtores de petróleo do mundo. Além do mais, os EAU nomearam Sultan Al Jaber, presidente-executivo da empresa estatal petrolífera, como presidente das negociações na COP28.

Portanto, o Brasil também está lá com sua representação de governo e é um dos protagonistas no que diz respeito às questões socioambientais, ecológicas e climáticas, sendo um dos países com um ecossistema mais complexo e central para o equilíbrio da vida na Terra, principalmente nas suas “riquezas” hídricas e florestais. Da mesma forma, o Brasil também é central na apresentação de propostas equilibradas para relação dita “sustentável” entre sociedade, natureza e economia.

Por mais que muitos desconsiderem essa conferência e acreditem ser mais um espaço para manter as coisas como estão, é necessário, no mínimo, manter um otimismo crítico, pois a COP28 é imprescindível para manter vivo e pulsante o objetivo para limitar o aumento da média de temperatura do Planeta Terra a 1,5°C, limite interessante e crucial para que seja mantida por algum tempo a nossa vida e a de outras espécies, para evitar impactos climáticos mais drásticos e barrar a aceleração do efeito estufa. Esse compromisso foi legitimado por quase 200 países em Paris, em 2015.

A frase “o que você faria se soubesse o que eu sei?” de James Hansen é mais do que urgente para os governantes de outros países e principalmente para os do nosso, pois o Brasil, no ano de 2023, foi um dos que mais sofreu com os eventos climáticos extremos ou com a dita emergência climática, que deixou milhares de pessoas e de localidades devastadas por cheias, enchentes e ciclones. Por mais que muitos neguem as questões da mudança e emergência climática, ela não só tem batido em nossa “porta” como também tem nos demonstrado os dois lados de uma mesma moeda: o quão frágeis somos frente aos desastres naturais e quão importantes somos na mudança do nosso coexistir com o mundo e as demais espécies. Por isso, reforço, é necessário mantermos no mínimo um otimismo crítico.



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