Seja bem-vindo
Rio Grande,03/07/2025

  • A +
  • A -
Publicidade

Luiz Pereira das Neves Neto

Cinema, arte, música e o on-line: a perspectiva da educação por via do entretenimento das massas sociais


Cinema, arte, música e o on-line: a perspectiva da educação por via do entretenimento das massas sociais

Em um mundo onde o acesso à informação é instantâneo e o consumo de conteúdos digitais cresce de forma exponencial, torna-se urgente repensar os caminhos da educação. Não mais limitada às paredes da escola ou às páginas dos livros didáticos, a formação humana hoje atravessa linguagens diversas (e entre elas, destacam-se o cinema, a arte, a música e o universo on-line). Mas, afinal, como essas manifestações, tradicionalmente associadas ao entretenimento, podem colaborar com processos educativos mais amplos e significativos?

A chamada educomunicação, que mescla estratégias pedagógicas com mídias e tecnologias, tem evidenciado o potencial educativo de expressões artísticas e culturais que dialogam com as massas. Filmes que abordam temáticas sociais, músicas que questionam estruturas de poder, conteúdos digitais que promovem debates éticos e políticos (tudo isso compõe um campo fértil para a construção do pensamento crítico). A educação, nesse cenário, não se resume à transmissão de saberes: ela se amplia como uma experiência sensível, plural e conectada com o cotidiano.

Como ignorar que uma simples música pode despertar questionamentos profundos sobre desigualdade? Ou que uma série popular pode nos levar a refletir sobre temas como saúde mental, preconceito ou justiça social? O entretenimento, nesse sentido, longe de ser um simples passatempo, torna-se um portal para o conhecimento. A tela vira espelho e janela (mostra realidades, reflete identidades e abre brechas para outras possibilidades de existência).

Contudo, essa potência educativa também exige responsabilidade. O que estamos assistindo? A quem estamos ouvindo? Com que intencionalidade? O mesmo ambiente digital que nos aproxima de experiências formativas pode também ser um terreno para discursos de ódio, fake news e banalização de temas complexos. A lógica do consumo rápido muitas vezes empobrece o debate. Por isso, educar por meio do entretenimento exige mediação crítica, diálogo permanente e intencionalidade pedagógica (seja na escola, na família ou nos próprios espaços virtuais).

Não seria o caso, então, de incluir mais dessas linguagens no cotidiano escolar? De tornar as aulas mais conectadas com as vivências culturais dos estudantes? De reconhecer que a cultura pop, os streamings e as redes sociais fazem parte do universo cognitivo das novas gerações e, por isso mesmo, podem ser pontes para o conhecimento e a cidadania?

A educação, ao invés de rejeitar esses espaços, pode — e deve — dialogar com eles. Afinal, é ali, no cotidiano vivido e compartilhado, que pulsa o desejo de aprender. É ali que as pessoas (especialmente os jovens) constroem significados, experimentam afetos e projetam futuros. E é também ali que a educação pode florescer, se souber escutar, reinterpretar e transformar.

Será que já estamos prontos para reconhecer que o aprendizado também acontece fora da sala de aula — nas músicas que ouvimos, nos filmes que assistimos e nos conteúdos que viralizam nas redes?




COMENTÁRIOS

LEIA TAMBÉM

Buscar

Alterar Local

Anuncie Aqui

Escolha abaixo onde deseja anunciar.

Efetue o Login

Recuperar Senha

Baixe o Nosso Aplicativo!

Tenha todas as novidades na palma da sua mão.