Ecovix e EBR firmam memorando com chineses para a retomada da indústria naval
A parceria foi formalizada durante o Fórum Estratégico para a Indústria Naval Brasil-China, no Rio de Janeiro

Os estaleiros Rio Grande, da Ecovix, e EBR, em São José do Norte, firmaram, no último sábado, 05, um memorando de entendimento com os maiores grupos navais da China. A parceria foi formalizada durante o Fórum Estratégico para a Indústria Naval Brasil-China, no Rio de Janeiro, e é resultado direto da visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China, realizada em maio deste ano.
Além da Ecovix e da EBR, também assinaram os memorandos os estaleiros Mauá e Enseada, representando as principais estruturas industriais navais do país. Do lado chinês, participaram os gigantes COOEC, CSSC, Cosco e CIMC, reconhecidos globalmente por sua capacidade tecnológica e escala de produção. A aliança tem como objetivo estreitar laços tecnológicos, viabilizar cooperação comercial e abrir espaço para futuras fusões ou aquisições, em um contexto de forte retomada dos investimentos da Petrobras e Transpetro no setor offshore e de transporte marítimo.
Para o presidente da Transpetro, Sergio Bacci, a assinatura dos documentos entre os estaleiros dos dois países evidencia o novo momento da indústria naval brasileira, que está retomando suas atividades e pode trabalhar com um horizonte de demandas perenes. “O Programa de Renovação e Ampliação da Frota do Sistema Petrobras assegura ao setor um planejamento de médio e longo prazo, o que vai alavancar a retomada. E a possibilidade de realizar parcerias com os estaleiros chineses, que estão entre os mais desenvolvidos do mundo, permite que a indústria naval brasileira acesse novas tecnologias e, possivelmente, até mesmo novas encomendas, que podem ser compartilhadas com os chineses”, avalia Bacci, que acompanhou parte das reuniões entre os estaleiros durante a semana. “Esse diálogo também se insere no novo contexto global em que os Estados Unidos estão priorizando a sua indústria local e abrindo espaços para novas parcerias comerciais estratégicas entre outros países, como a China e o Brasil”, acrescenta Bacci.
A diretora da Petrobras Renata Baruzzi afirma ainda que é estratégico para o Sistema Petrobras que a indústria naval brasileira retome sua capacidade produtiva e que possa ampliar as parcerias com o restante do mundo. “Para nós do Sistema Petrobras, que somos os maiores demandantes dos estaleiros brasileiros e um dos maiores contratantes da indústria naval e offshore mundial, ter um mercado fornecedor nacional fortalecido é fundamental para a implementação eficaz dos nossos projetos. Além disso, apoiar o desenvolvimento de parcerias para a indústria nacional é um dos objetivos de negócio da Petrobras. Sem dúvida, o Brasil sai ganhando com esse diálogo entre os estaleiros dos dois países”, explica Renata.
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