Do “Já Fui Rede” ao “Nós do Mar”: uma trajetória de preservação e transformação
Iniciativa que começou com o reaproveitamento de redes de pesca em escolas da zona costeira se expande e inclui novos materiais, fortalecendo ações sustentáveis e comunitárias.

O projeto Já Fui Rede, idealizado pela Associação Art’Evidência e contemplado pela Lei de Incentivo à Cultura Paulo Gustavo, tem como objetivo unir arte, educação e sustentabilidade por meio do reaproveitamento de redes de pesca descartadas, promovendo a preservação ambiental e a valorização cultural das comunidades costeiras.
Com oficinas realizadas nas escolas E.M.E.F Sylvia Centeno, na Ilha dos Marinheiros, e E.M.E.F Cristóvão Pereira de Abreu, na Torotama, o projeto promoveu o reaproveitamento de redes de pesca descartadas como matéria-prima para a criação de objetos artísticos e utilitários. Assim, sob a orientação das artesãs Carla Ferreira, Isabela Sartori e Ana Marta Motta, crianças e jovens puderam explorar o potencial transformador do fazer manual, desenvolvendo consciência ecológica e respeito pelo território em que vivem.
Durante as oficinas, os alunos participaram de dinâmicas práticas e criativas, que mostravam como materiais inutilizados poderiam ganhar vida através da arte e do artesanato. Logo, o foco está na valorização do território e na preservação dos ecossistemas marinhos, especialmente os da Lagoa dos Patos.
As experiências acumuladas e os laços formados no projeto Já Fui Rede, resultaram na criação do Nós do Mar, projeto selecionado pela Incubadora OTROPORTO, de Pelotas. A partir de uma ampliação da proposta original, ele passou a incluir também uniformes industriais e empresariais fora de uso, cordas e fios, criando uma cadeia criativa ainda mais diversificada e sustentável.
Em fase de prototipagem, Nós do Mar desenvolve produtos como almofadas, itens de mesa posta, peças decorativas e marco decorações de parede, utilizando técnicas de tricô, crochê e macramê. Dessa forma, as criações não são somente objetos, mas sim uma ação coletiva que une o fazer artesanal à identidade local, promovendo o reaproveitamento de materiais e fomentando redes humanas engajadas com um futuro mais justo, criativo e sustentável, que acreditam na transformação e na preservação.
COMENTÁRIOS