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Rio Grande,11/05/2025

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Um ano após a enchente em Rio Grande, comerciantes do entorno do Centro Histórico temem nova inundação

A enchente de maio de 2024 alterou significativamente a paisagem e afetou cerca de 70 mil pessoas na cidade do Rio Grande, segundo informações da Defesa Civil local. Um ano depois, comerciantes que foram obrigados a fechar seus estabelecimentos ainda vive


Um ano após a enchente em Rio Grande, comerciantes do entorno do Centro Histórico temem nova inundação Foto: Gabriel Veríssimo
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Legenda: Registro da rua General Neto, no Centro do Rio Grande, recebendo a água da enchente em 09 de maio de 2024. Crédito: arquivo O Litorâneo.

Nesta sexta-feira, 09 de maio de 2025, faz exatamente um ano que as primeiras águas da enchente, oriunda do Guaíba e de seus afluentes, alcançaram a Cidade do Rio Grande.  O município, que já enfrentava alagamentos nos primeiros dias daquele mês devido ao represamento da água na Lagoa, presenciou uma transformação marcante: o Centro Histórico foi tomado por um forte odor e pela coloração escura da água. Naquele mesmo dia, a Lagoa dos Patos registrava um nível 1,23 metros acima do normal, conforme medição da Tábua de Maré da Praticagem da Barra.

Na época, O Litorâneo registrou as primeiras inundações oriundas do evento climático extremo nas principais vias. Exatamente um ano depois, a equipe de jornalismo retornou ao Centro Histórico, um dos primeiros pontos e mais afetados pela enchente, onde o fluxo de pessoas e veículos já foi restabelecido, e o comércio retomou suas atividades, para ouvir relatos de quem vivenciou de perto aquele período crítico.


Comerciantes do entorno do Centro Histórico temem novas inundações 


Após enfrentar uma das maiores enchentes da história recente, em maio de 2024, os comerciantes do Centro Histórico do Rio Grande ainda convivem com o receio de que o cenário se repita. Há um ano, a região ficou quase 30 dias inundada, devido ao alto volume de água que transbordou da Lagoa dos Patos. 


O fenômeno extremo não alterou só a rotina dos trabalhadores que precisaram fechar suas portas, como também afetou a economia local, deixando prejuízos que ainda deixam traumas e marcas.  Segundo a Defesa Civil, cerca de 70 mil pessoas foram afetadas em todo o município.

Para Adriana Amaro, proprietária do restaurante Amaro’s Café, localizado no Mercado Público, a enchente foi um dos momentos mais difíceis de sua vida. A lembrança da rotina exaustiva, movendo mercadorias, limpando o estabelecimento e tentando se reestruturar, ainda está latente na sua memória. A comerciante afirma que teme presenciar uma nova inundação. “Foi muito triste. As pessoas andavam de caíco aqui dentro, porque não tinha como caminhar. Todas as nossas lojas ficaram alagadas, ficamos mais de 20 dias com tudo fechado. Ontem estavam anunciando chuvas e ficamos bastante apreensivos, ficamos pensando: será que vai acontecer tudo de novo?”, comentou Adriana.


Fora do Mercado Público, nas proximidades do Cais do Porto Velho, o tradicional Bar e Lancheria da Portugal permaneceu com as portas fechadas por cerca de um mês, com a água chegando até os joelhos. De acordo com o proprietário, João Carlos Souza da Cruz, apesar de estar há anos estabelecido às margens da Lagoa, a enchente de maio de 2024 foi a mais severa que ele já presenciou. “Para nós aqui foi muito ruim, o meu comércio esteve mais de um mês fechado e segui pagando aluguel e ficou muito difícil. A água chegou a meio metro aqui dentro, foi a única vez que a água subiu dessa forma”, comentou. 


Atualmente, o Mercado Público do Rio Grande conta com cerca de 45 lojas, conforme a Secretaria Municipal de Pesca, Agricultura e Cooperativismo. 


Prejuízos econômicos no Estado


O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) entregou, no dia 28 de abril, ao Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MDR), em Brasília, o relatório Avaliação dos Efeitos e Impactos das Inundações no Rio Grande do Sul – Novembro 2024. O documento traz recomendações estratégicas para promover uma recuperação resiliente nas áreas afetadas pelas fortes chuvas que atingiram o estado entre abril e maio de 2024. O relatório foi elaborado em parceria com a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) e o Grupo Banco Mundial, com apoio de diversas entidades do Sistema das Nações Unidas.

De acordo com o estudo, os efeitos das inundações nos municípios gaúchos somam R$ 88,9 bilhões, em quase toda a estrutura produtiva. Desse total, 69% (R$ 61 bilhões) correspondem a perdas no setor produtivo; 21% (R$ 19 bilhões) afetam áreas sociais; 8% (R$ 7 bilhões) atingem a infraestrutura; e 1,8% (R$ 1,6 bilhão) se referem a danos ambientais. A análise foi feita com base na metodologia internacional DaLA (Damage and Loss Assessment), desenvolvida pela Cepal.


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