Marisa Martins

Liberdade é Coragem
Novembro 2023. 34 anos da queda do Muro de Berlim. Mundo esqueceu significado daquele ato de coragem por liberdade e paz.

LIBERDADE É CORAGEM
Marisa Martins
aloha.marisah@gmail.com
Novembro 2023. 34 anos da queda do Muro de Berlim. Mundo esqueceu significado daquele ato de coragem por liberdade e paz.
Caminhava invisível pela Alexanderplatz, Berlim, Alemanha, em novembro de 2014 - 25 anos da queda do Muro de Berlim – revivendo densos impactos que a cidade, agora reunificada, sempre me causaram.
De lugares palmilhados, Berlim é o mais marcante. Deixa rastros de história, superação de atrocidades, vitória sobre totalitarismos e intolerâncias.
Nem destroços do ataque à base naval de Pearl Harbour, no Havaí, pelos japoneses, na Segunda Guerra Mundial, ficaram tão gravados quanto aqueles de um muro que tentou destruir a liberdade, mesmo depois de já vencido o famigerado nazismo.
Ideologias totalitárias foram enfrentadas, primeiro, pelos exércitos aliados, lutando contra Hitler e Mussolini. Depois, Mikhail Gorbachev, premier russo, promoveu Glasnost e Perestroika. Reestruturou a então União das Repúblicas Soviéticas (URSS), abriu a Cortina de Ferro, e induziu a queda do Muro de Berlim.
Assim, o símbolo da intolerância ideológica, que separou famílias e amigos, ruiu. Revisitando porões da Stasi, polícia nazista, e Check Point Charlie, onde museu expõe formas de fuga para o lado ocidental, aflora perplexidade. Tantos morreram e tantos conseguiram respirar liberdade, voando em balões, escondidos em carros camuflados, jogando-se de edifícios, nadando por rios.
Pergunta-se: - qual a força do povo germânico, que reconstruiu séculos em anos, transformou cinzas em verdes, e derrubou um muro que separava afetos e gerações?
Como conseguiu fazer da cidade dividida, grande abraço de liberdade?
Complexa resposta: mais do que entrar na grandiosidade do restaurado corpo de Berlim, há que se buscar a alma da capital alemã.
Só almas sofridas, machucadas por totalitarismos, entendem real significado da democracia, direito de poder expressar pensamentos e sentimentos, direito de ir e de vir.
Entendem, sobretudo, o que é viver sem medo, pois entenderam que para ser livre é preciso ter coragem...
P.S.: Triste festa de 34 anos verá o portão de Brandemburgo neste novembro. Outros muros são erguidos. E a paz esquecida.
Foto: arquivo pessoal
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