Ique de la Rocha
A reunião com os consumidores da CEEE Equatorial
Representantes de cidades da região apresentaram suas demandas.

A reunião com os consumidores da CEEE Equatorial
Representantes de cidades da região apresentaram suas demandas
Muito interessante foi a reunião do Conselho de Consumidores da CEEE Equatorial, realizado em nossa cidade na última quinta-feira, 28, no auditório da Câmara de Comércio.
O encontro teve a presença de consumidores do Rio Grande e de cidades da região, como Pelotas, Capão do Leão, Pedras Altas e Herval. Surpreendeu o número de reclamações feitas por vereadores, produtores rurais, representantes de associações comunitárias.
O Conselho de Consumidores não é ligado à CEEE Equatorial e sim formado por exigência da Aneel, agência reguladora do setor. O presidente disse que vai encaminhar todas as demandas para a direção e gerências regionais da empresa tomar as devidas providências.;
Segundo Thomaz Nunnenkamp, a empresa estava totalmente sucateada antes da privatização e muitos dos problemas são consequência disso. Citou, inclusive, que a CEEE carece de profissionais qualificados e está providenciando a realização de cursos no Senai, já que necessita ao menos de 300 eletricistas para a atuação no Rio Grande do Sul. Adiantou que Pelotas será um dos locais que ministrará esses cursos.
Viñas também participa
O responsável pelo encontro no Rio Grande foi o presidente do Sinduscon, Airton Viñas, que também integra o Conselho de Consumidores da CEEE Equatorial por indicação do presidente da Fiergs, Gilberto Petry.
Viñas reiterou que as demandas serão encaminhadas à empresa e sugeriu a realização de uma próxima reunião em Pelotas e que sejam convidados os presidentes das Colônias de Pescadores da região para falarem sobre como está o atendimento de energia elétrica para o setor.
Já o representante do Procon, Douglas Cesar Junior, falou que aquele órgão poderá ser utilizado pelos consumidores, em caso de reclamações, já que possui poder de polícia e tem um alto percentual de resolução.
Muitas demandas
“Fiquei 17 dias sem luz e a CEEE Equatorial só me devolveu 41 horas”, protestou o produtor rural Eduardo Peixoto, que apresentou uma série de reclamações de associados do Sindicato Rural. Peixoto disse que possui mais de 200 protocolos e que “de 2018 para cá fico sem luz de três em três dias, no Taim”. Ele acha que a empresa deveria descentralizar as operações e lembrou que a CEEE já teve uma base na Vila da Quinta. Ele também reclamou que “não posso falar com a Clara o tempo inteiro”, referindo-se à gravação com voz feminina que atende por esse nome. “Colocam mensagem eletrônica e o retorno é praticamente zero”. Falou, ainda, que em seu entendimento a CEEE Equatorial tem um problema de logística, pois uma equipe pode estar atendendo no Cassino, por exemplo, e de repente ter de se deslocar para o Taim. Por último, falou na importância da empresa ter um gerente na cidade. “No passado havia e ele nos recebia”.
Eduardo Peixoto diz que representa 1.600 produtores de leite no município: “Os produtores estão desesperados. Além dos problemas de comercialização, precisamos de energia elétrica para ordenhar a vaca, conservar o leite. Tem produtor há 15 dias sem luz e isso é inadmissível. E tem queima de aparelhos, de bombas e todos os produtores estão se queixando”.
Moradores da Barra falaram que aquele bairro cresceu e a geração de energia não acompanha esse crescimento. Lá existem duas fabricas de gelo, padarias, supermercados, mas com qualquer vento a população fica sem energia. Também foi falado que a área da Barra não é regularizada, 70% tem energia elétrica e 30% não. Existem mais de dez ruas sem luz e os moradores acabam fazendo os chamados “gatos”. E existem cerca de 90 casas em que os moradores há oito anos não tomam banho de chuveiro elétrico. “Se um tomar, pode desmanchar tudo”, explicou um dos moradores.
Os cortes frequentes de energia também são reclamados por moradores do Central Park, situado ente o Parque Marinha e Jardim do Sol. Eles falaram, ainda, que provavelmente devido ao desmantelamento da CEEE, os dados da empresa não foram atualizados e os que estão no sistema não condizem com a situação real. Outra reclamação é que, “às vezes, os protocolos da CEEE são finalizados sem ter resolvido o problema”.
Foram feitas, ainda, reclamações referentes às dificuldades para se conseguir o ressarcimento de danos ou mesmo para entrar em contato pelo 0800. Alguns observaram que há necessidade de funcionários mais qualificados.
O vereador Eraldo Machado, do município de Pedras Altas, falou que em sua cidade “a situação é caótica. Ficamos quase 20 dias sem luz, muitas vezes em meia fase. Às vezes o temporal nem chegou e já estamos no escuro”.
Um ruralista do Capão do Leão lamentou que “a CEEE Equatorial investe no poste e não investe na pessoa que está subindo no poste. De uma maneira geral o pessoal é despreparado e qualificação profissional é fundamental, até para a segurança de todos”.
Contatos com a coluna pelo email: iquedelarocha@gmail.com
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