André Zenobini
Aeroporto do Rio Grande precisa entrar em pauta
Não adianta acreditar que a visita do ministro por si só o fará trabalhar pelo assunto. É hora de fazer o tema de casa e ir atrás desse projeto.
Na última quinta-feira, 16 de outubro, acompanhei a visita do ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, à cidade do Rio Grande. Como eterno esperançoso do desenvolvimento regional, ouvir o que o governo federal pensa para nossa infraestrutura é importante para poder analisar aquilo que está sendo planejado.
O ministro desembarcou com uma agenda para a área portuária, sem muitas novidades, mas que mostram a força e a grandeza dos projetos que já estão em desenvolvimento para a cidade. Não trouxe novos recursos, mas foi um importante momento para reforçar tudo que aqui já temos para os tomadores de decisões. O ministro citou explicitamente a necessidade de priorizar o Porto do Rio Grande, quando confrontado pela repórter Francine Neves, do jornal A Hora do Sul, sobre a polêmica do Porto de Arroio do Sal. Deu uma resposta mais firme do que o governador Eduardo Leite, por exemplo, que, para não magoar a serra gaúcha, adotou um discurso mais contemplativo sobre o tema.
Agora, dessa agenda, saiu um assunto que precisa ser olhado com cautela, mas com importância. O aeroporto do Rio Grande. Ao longo do evento, o deputado Alexandre Lindenmeyer citou que o aeroporto foi listado como prioritário para obras, mas acabou esquecido na festa e, depois, passou a ser ignorado. Tive a oportunidade de questionar o ministro sobre o assunto e a resposta me pareceu bastante consciente: "o aeroporto do Rio Grande precisa ser um hub de cargas", e não há nada mais lógico.
Com um hub de cargas, capaz de receber, distribuir e conectar mercadorias com agilidade, o aeroporto complementa o Porto, oferecendo uma alternativa rápida para cargas de alto valor agregado ou com prazos apertados. Isso pode atrair empresas de logística, operadores internacionais e gerar empregos qualificados na região. O aeroporto, nesse contexto, deixa de ser somente um ponto de embarque e desembarque e passaria a ser um elo essencial na cadeia logística.
Agora, não adianta acreditar que a visita do ministro por si só o fará trabalhar pelo assunto. Hoje, domingo, 19, ele já esqueceu de tudo que aconteceu, de tão corrida que é sua vida. A missão agora está com a liderança municipal. Executivo, Legislativo, deputados com mandato em Porto Alegre e Brasília. É preciso apresentar dados, defender a tese e trabalhar para as ideias avançarem. Ou seja, é preciso criar um plano de trabalho e persegui-lo. Demanda existe para o aeroporto e haverá ainda mais com novos projetos que cheguem ao município.
Portanto, não é momento de esperar, é hora de fazer o tema de casa e ir atrás desse projeto.




COMENTÁRIOS