Marisa Martins
 Reformar ou Revitalizar a Educação?
Em 15 de outubro bate forte o coração de professora. Opção de vida, idealismo, crença no fazer educativo?
 REFORMAR OU REVITALIZAR A EDUCAÇÃO?
Marisa Martins
Como dar consistência à educação, num processo permanente de descontinuidade?
Em 15 de outubro bate forte o coração de professora. Opção de vida, idealismo, crença no fazer educativo?
Por que, então, assistimos ao triste espetáculo de ampla descrença no ato educativo e na educação brasileira como um todo, em todos os níveis?
A questão não centra-se apenas na desvalorização material da docência, no abandono material de escolas, na ausência de priorização para inovações tecnológicas e para pesquisa. Questão é mais profunda.
Suponhamos que todas as carências materiais fossem resolvidas. Como num passe de mágica, teríamos excelentes profissionais, motivados e competentes alunos, currículos consistentes e desafiadores, sistemas e subsistemas educacionais organicamente estruturados?
Não, afirmo com convicção. Por quê? A justificativa é simples.
A cada alteração no comando da educação, em todos os níveis, objetivo é reformar, mudar, começar tudo de novo.
Mesmo numa simples troca de autoridades educacionais, em geral, não há continuidade de bons projetos, de consolidadas teorias e ações, não há avaliação de aspectos positivos, para os aperfeiçoar.
A ordem é, na maioria das vezes, estabelecer uma nova ordem. Como dar consistência à educação, nesse processo permanente de descontinuidade, de ausência da consciência crítica do que deveria permanecer?
Há palavra mágica, muito simples, que quase não se ouve no contexto decisório educacional. Revitalização. Revitalização da Universidade. Revitalização do ensino básico. Revitalização do ensino médio. Revitalização e não reforma.
Revitalizar, dar novo vigor, nova vida. Revitalizar, sem destruir o trabalho de gerações, que professaram priorizar o fazer pedagógico competente, consciente, pluralista, flexível, aberto ao debate, sem dogmas ou verdades engessadas.
Revitalizar a crença de que ficou legado daqueles que escolheram ser professor...
PS.: “Reformar, mudar a forma, é muito mais fácil para a vaidade de muitos, do que Revitalizar, dar novo vigor, pois isso pressupõe aceitar acertos alheios.”
(Autor desconhecido)
Foto: Arquivo pessoal
 
 



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