Autor da obra “Quilombo do Negro Lucas - Luta e Resistência na Fronteira Meridional do Brasil” participa da noite de autógrafos na 50° Feira do Livro da FURG
Cristiano Landgraf irá autografar a segunda edição da obra, nesta segunda-feira, 01, no Espaço Conversa, no Cidec Sul, a partir das 19h

Nesta segunda-feira, 01, o arqueólogo Cristiano Landgraf participa da sessão de autógrafos, a partir das 19h, no Espaço Conversa, no Cidec Sul, na 50ª Feira do Livro da Universidade Federal do Rio Grande - Campus Carreiros. Com o tema “Água que se faz vida, poesia e prosa”, a Feira do Livro celebra sua 50ª edição com uma programação diversificada, que inclui exposições, oficinas, palestras, shows, atividades interativas e noites de autógrafos. Para participar da sessão, não é necessário realizar agendamento prévio. A obra está à venda na banca da Editora da FURG e na Livraria e Sebo Hippocampus, com descontos especiais para estudantes.
“Só em participar de uma tradicional feira como a da FURG já é um sonho realizado. A expectativa é de manter um diálogo sobre a necessidade de reconhecimento da memória multiétnica do município e do estado do RS”, compartilha o arqueólogo.
De acordo com o autor, o livro é resultado de um projeto de contra memória, ou seja, que questiona a política de memória única local, sendo considerado um livro antirracista. O projeto teve início como uma pesquisa acadêmica em 2018, em parceria com o LIBER STUDIUM/FURG (Laboratório de Arqueologia do Capitalismo), com o objetivo de discutir a contra memória e valorizar a história da população negra no município do Rio Grande. A proposta é levar à população em geral o conhecimento sobre o quilombo como símbolo de resistência ao regime escravista na região.
Sendo assim, a partir da perspectiva das pessoas escravizadas e do regime escravista da época, a obra compartilha a história do quilombo e parte da história da cidade do Rio Grande, com ênfase nas memórias e histórias da população negra do município e sua importância para o desenvolvimento e consolidação do mesmo. Com isso, entre os tópicos abordados no livro estão: a história da Geribanda, antigo espaço de convivência e encontro dos escravizados, localizado onde hoje é a Praça Tamandaré; relatos sobre a Ilha dos Marinheiros; o comércio de escravizados; entre outros temas.
Vale destacar que o livro também aborda o início da formação do município e, consequentemente, do estado do Rio Grande do Sul, a partir das experiências e vivências cotidianas das pessoas escravizadas. Além disso, esclarece mitos locais sobre o comércio de escravizados, como a crença de que havia venda de pessoas escravizadas na atual Banca do Peixe, ou que o desembarque ocorria no antigo porto, apontando a ausência de evidências históricas e arqueológicas que sustentem essas narrativas
“A pesquisa resultante do livro levou cerca de 6 anos, incluindo pesquisa arqueológica, histórica e saídas de campo. Como exemplo temos artefatos arqueológicos encontrados na praça Tamandaré em 2015 durante escavações. E por fim, compartilho no livro um pouco do cotidiano dos escravizados e questões como profissões que exerciam, nomes que eram utilizados, causas de doenças e mortes, etc”, conclui Cristiano Landgraf.
Foto: divulgação
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