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O programa Café com Z, em O Litorâneo, recebeu, na tarde de quarta-feira, 18, o vereador Luciano Figueiredo - Luka (PSDB), presidente da Comissão de Defesa ao Porto do Rio Grande, no parlamento rio-grandino. Durante a conversa, conduzida pelo jornalista André Zenobini, diversos temas de interesse do município foram tratados, em especial a discussão sobre a construção do Porto Meridional, em Arroio do Sal, no Litoral Norte, e os seus impactos para o desenvolvido da região sul. 

Na ocasião, o parlamentar comentou que a implementação do novo porto pode acarretar uma queda de até 60% no volume de cargas movimentadas na região de Rio Grande. “A gente reconhece a dificuldade de fazer um porto em alto-mar, no oceano, além das questões ambientais em terra. Para que esse porto se viabilize, seria necessária a construção de uma ponte de aproximadamente 2,5 quilômetros. A título de comparação, a Ponte Rio Grande – São José do Norte tem em torno de quatro quilômetros, um pouco mais. Claro que é maior, mas aqui no Extremo Sul estamos aguardando, há tantos anos, uma obra que é de extrema importância para a região. E até hoje, sequer temos o projeto executivo.

Agora se comemora o fato de que, finalmente, teremos esse projeto. Na última sexta-feira, estive no DNIT, em Porto Alegre, cobrando do superintendente Iratã melhorias, principalmente no trecho que liga ao TECON, que não é de responsabilidade da EcoSul. Estava acompanhado do chefe de gabinete do deputado Daniel Trzeciak, o Lucas Souza, e também falamos sobre a ponte para São José do Norte. O processo licitatório ainda não foi encerrado, ainda está no período de contestações. Isso mostra como é difícil fazer as coisas avançarem.

Nós não somos contra o desenvolvimento  de forma alguma. Mas, como tu bem colocaste, se sair um porto em Arroio do Sal, com capacidade de atendimento e infraestrutura adequada, nós, aqui na região, perderemos de 60% a 80% das cargas”, afirmou.

Além disso, durante a entrevista, Luka também comentou sobre  as dúvidas acerca do projeto. “Em 2023, fizemos a primeira denúncia ao MPF da 4ª Região e tocamos justamente nesse ponto: a necessidade de entender melhor esse projeto. Como tu bem disseste, há versões conflitantes, alguns dizem que é 100% com recursos da iniciativa privada, mas no ano passado o próprio governo federal chegou a declarar que R$ 1,3 bilhão seriam investidos. Depois recuaram. Até hoje, a verdade é que não conhecemos o projeto de fato. E não tenho por que te dizer algo diferente disso. No que diz respeito ao nosso mandato, já tomamos as devidas iniciativas e ações, entre elas três denúncias formais ao Ministério Público Federal”, destacou o vereador.

Ao longo da conversa, o parlamentar falou sobre como está o seu atual mandato com a mudança de base de governo na Câmara Municipal. “ A gente está ajustando as velas, porque a gente era base de governo, Não, que hoje a gente não tenha uma relação mínima com secretários e secretárias, quero aqui, inclusive agradecer, porque a gente tem, sim, sempre que a gente leva demandas, A gente, no mínimo, tem a resposta, como tínhamos na época do nosso governo. Não queria que o prefeito Fábio tivesse saído. Entendo eu que seria para ele um fechamento com chave de ouro, uma reeleição. E encerrar aí, sim, um ciclo com projetos grandiosos que o prefeito Fábio e a sua equipe conseguiram, como o financiamento da Agência Francesa de Desenvolvimento. Dois municípios no Brasil só conseguiram e a gente tem que valorizar isso, porque realmente foi um grande feito. Torcemos para que a prefeita Darlene consiga executar as obras que ficaram encaminhadas. Eu quero muito aplaudir a prefeita Darlene, é uma pessoa que eu tenho uma relação muito boa com ela, uma relação muito respeitosa e a recíproca é verdadeira. Mas sim, sou opositor, um opositor responsável, que quero que o Rio Grande acabe com esse ranço, que a gente vive aí, no mínimo, ranço político, tá, pessoal? A gente vive um ranço político há 28 anos, dá para se dizer, que está entre uma sigla e outra e vemos que isso não é bom, que a cidade tem muito potencial, com um porto belíssimo, um distrito industrial, uma hidrovia, quantos lugares do Brasil gostariam de ter esse leque de opções”, salientou Luciano Figueiredo. 

Confira a entrevista na íntegra: