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Rio Grande,27/04/2024

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Projeto da FURG-SLS recolhe duas toneladas de lixo em dois anos de atuação

Problemática dos resíduos sólidos dialoga com a missão e a visão institucional da universidade


Projeto da FURG-SLS recolhe duas toneladas de lixo em dois anos de atuação Foto: secom furg

Celebrado no dia 22 de março, o Dia Mundial da Água foi criado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1992, com o objetivo de envolver a comunidade internacional na discussão de questões essenciais que envolvem os recursos hídricos. Em alusão à data, que integra a Agenda Social do mês de março da FURG, conheceremos um pouco mais sobre um projeto de coleta de resíduos desenvolvido no campus de São Lourenço do Sul da FURG.

Mutirões de coletas de resíduos

 Apelidado como "Terra de Todas as Paisagens", o município de São Lourenço do Sul recebeu este título devido às suas belezas naturais, em uma composição entre campo e cidade, arroios e laguna, fertilidade de terras e água em abundância. O mosaico de belas paisagens que enchem os olhos também garantem renda através da agricultura, pesca, produção naval e o turismo que cresce exponencialmente, fortalecendo a base econômica do município.

 Considerando a importância da aprendizagem a partir dos contextos locais, estudantes e docentes do curso de Educação do Campo da FURG São Lourenço do Sul (FURG-SLS) se motivaram a propor ações relacionadas à gestão dos resíduos sólidos, especialmente no que diz respeito ao descarte inadequado às margens dos Arroios São Lourenço e Carahá e da orla da Laguna dos Patos, que banham São Lourenço do Sul. As reflexões surgiram a partir de disciplinas que compõem o currículo do curso e que dialogam sobre a saúde dos ecossistemas costeiros e os impactos da ação humana à dinâmica da fauna aquática e ao desenvolvimento social e econômico dos territórios.

Assim, foi elaborada a ideia de realização de mutirões de limpeza nas águas e encostas de São Lourenço do Sul. Atualmente formalizado como o projeto de extensão “Mutirão e remada ambiental para limpeza e conservação dos ambientes aquáticos na terra de todas as paisagens: por terra e água no município de São Lourenço do Sul, RS”, as primeiras ações do grupo tiveram início no primeiro semestre de 2022.

 Com dois anos de atuação, já foram realizados cinco mutirões e coletadas 2.300 toneladas de resíduos da natureza, a partir da integração entre servidores, estudantes dos cinco cursos da FURG-SLS e a comunidade externa. Do total, 570kg foram enviados para reciclagem, a partir de parceria com a Associação Ecológica de Recicladores de São Lourenço do Sul (Coopeforte/Asser). O restante foi recolhido pela Prefeitura Municipal, com apoio da Secretaria de Planejamento e Meio Ambiente (Seplama).

 Entre o material coletado, estão eletrodomésticos; móveis; colchões; sacolas e embalagens plásticas; garrafas pet e de vidro; ferro retorcido; restos de redes e linhas de pesca, e bitucas de cigarro, por exemplo.

 Compromisso da universidade

Para a docente da FURG-SLS e coordenadora do projeto, Patrícia Lovatto, a problemática dos resíduos sólidos possui direta relação com a missão e visão institucional da universidade e suscita reflexão e proposição de ações capazes de conciliar pesquisa, ensino e extensão a partir do contexto local em que o campus está inserido.

Além dos mutirões, o projeto envolve diagnósticos socioambientais, e realização de atividades culturais, oficinas e palestras em consonância com atividades de ensino da FURG-SLS voltadas à conservação dos ambientes aquáticos.

Patrícia conta que a partir dessa atuação, tem sido possível perceber os impactos dos agrotóxicos e fertilizantes químicos utilizados nas monoculturas, que deságuam nas águas lourencianas; a fragilidade do plano gestor municipal, que é limitado para atender o avanço da urbanização e do turismo; o descarte inadequado de resíduos, pesca dentro da época de defeso e pesca com rede de arrasto. “Todos estes fatores vêm contribuindo para ampliação de problemas socioambientais no território, gerando perda de biodiversidade, fragilidades para manutenção de atividades tradicionais ligadas à agricultura e à pesca, impactos diretos e indiretos às famílias, repercutindo em baixos níveis de renda e na qualidade de vida”, relata a professora,

 A docente salienta que os os impactos prejudicam a vocação do município para o turismo ambiental e para a pesca artesanal, atividade que mantém aproximadamente 300 famílias em São Lourenço do Sul. Além disso, contribuem para a poluição visual e química, ameaçam a fauna local, favorecem a proliferação de doenças, comprometem o escoamento das águas e contribuem para alagamentos.

A partir deste cenário, entre os próximos passos do grupo, está a sistematização de dados, identificação de pontos críticos, e ações e entrevistas com a população ribeirinha e famílias pescadoras.

Ao longo de 2024, também pretende-se firmar parcerias para apoio logístico e financeiro, para viabilizar aluguel de caiaques, material de divulgação e minimização da problemática (instalação de porta bitucas, placas e adesivos na extensão da orla); realizar mostras culturais e intervenções artísticas em eventos locais e regionais em parcerias com escolas; e promover mais quatro mutirões, a depender das condições climáticas e de apoio financeiro para realização das atividades.

 


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