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Rio Grande,03/12/2024

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Daisy Soares

Ruas Estranhas

Poema bastante antigo, de meu primeiro livro, POETIZANDO. Os caminhos continuam a se apresentar. A vida segue sonhando, as estradas se modificaram, mas a vontade de viver se intensificou.


Ruas Estranhas

RUAS ESTRANHAS


Às vezes, não sei quem sou

E até esqueço meu nome

Um esquecimento me consome

E me perturba o que passou.


Se erro, não sei se errei.

Se não tenho consciência do erro?

Que erro, então, cometi?

Se toda a sabedoria do mundo

Estivesse em mim,

Eu seria a perfeição. 


Às vezes, passo por ruas desconhecidas 

Sem desejar tê-las cruzado.


Às vezes, sonho o impossível 

Querendo que fosse real.


Só sei que caminho em direção ao mundo

E ouço palavras duras.

A dor não me endurece a alma,

Pois meu pensamento vai além das nuvens.


Não busco sorrisos nas esquinas

E quero ser apenas eu,

Sem mentiras e palavras fingidas, 

Sem promessas falsas

E sonhos impossíveis. 


Queria nadar sem pressa

E andar pela praia descalça.

Queria viver de brisa,

Da gota d'água e da luz do sol.

Queria dormir sem medo

De ter que acordar amanhã,

E ter que enfrentar o mesmo mundo,

O de todo o dia,

Aquele da promessa falsa e da mentira à toa.


Enquanto isso, olho para tudo e sonho,

E minha alma leve, no meu mundo, voa.



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