Governo do RS divulga índices de infecção da tuberculose no Estado
Pelotas e Rio Grande estão entre os municípios com alta carga de tuberculose; Rio Grande já registra 165 notificações em 2025 até o momento.

De acordo com o novo Informe Epidemiológico da Secretaria Estadual da Saúde (SES), divulgado em agosto, Pelotas e Rio Grande, que contemplam a 3ª Coordenadoria Estadual de Saúde, seguem entre os municípios gaúchos com alta carga de tuberculose. De acordo com os dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), a cidade do Rio Grande registra 165 notificações em 2025 até o momento. Logo, o documento apresenta dados atualizados sobre a situação da doença no Rio Grande do Sul e reforça a necessidade de intensificar ações para controle e cura, especialmente nas regiões mais afetadas.
Elaborado pelo Programa Estadual de Controle da Tuberculose (Pect-RS), pelo Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) e pelo Hospital Sanatório Partenon, o informe destaca que Pelotas e Rio Grande fazem parte do grupo de cidades com alta carga da doença, aquelas que registraram, em pelo menos um dos últimos cinco anos, 100 casos novos.
Em Rio Grande, os dados divulgados pela Secretaria Municipal de Saúde, com base no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), apontam os seguintes números de notificações entre moradores do município:
• 2021: 194 casos (incidência de 91,94 por 100 mil habitantes)
• 2022: 240 casos (113,74/100 mil hab.)
• 2023: 200 casos (104,22/100 mil hab.)
• 2024: 243 casos (126,62/100 mil hab.)
• 2025: 165 casos até o momento (85,98/100 mil hab.)
Ainda segundo a Secretaria, a proporção de cura dos casos novos de tuberculose pulmonar em Rio Grande gira em torno de 60%, enquanto a taxa de abandono do tratamento permanece alta, próxima de 20%.
Nesse contexto, o Governo do RS afirma que a 1ª Coordenadoria Estadual de Saúde (CRS) apresenta a maior incidência de tuberculose do Estado (64,5 casos para cada 100 mil habitantes), superando, inclusive, os índices nacional e estadual. Entre os estados destacados da 1ª CRS estão: Porto Alegre, Canoas, Alvorada, Viamão, Gravataí, São Leopoldo, Novo Hamburgo, Sapucaia do Sul e Charqueadas. O informe também contempla os seguintes municípios: Santa Maria, da 4ª CRS; Caxias do Sul, da 5ª CRS; e Passo Fundo, da 6ª CRS. Já a 14ª CRS apresenta a menor incidência (8,5 casos para cada 100 mil habitantes) e é a única que está em um patamar compatível com a meta de eliminação da tuberculose como problema de saúde pública (coeficientes menores do que dez casos para cada 100 mil habitantes). Logo, essas cidades respondem por 58% da carga da doença no Estado.
A principal forma de proteção contra a tuberculose em crianças e adolescentes continua sendo a vacina BCG (bacilo de Calmette e Guérin), aplicada ao nascer. A vacina está disponível gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde. No Rio Grande do Sul, dos 5.317 casos novos de tuberculose registrados em 2024, 3,2% (168) foram diagnosticados em crianças e adolescentes de até 15 anos.
Tuberculose
A tuberculose é uma doença grave que pode iniciar de forma silenciosa. Causada pela bactéria conhecida popularmente como bacilo de Koch, é infecciosa e transmissível pelas vias aéreas, por meio da eliminação de aerossóis produzidos pela tosse, fala ou espirro de uma pessoa com tuberculose ativa. No Rio Grande do Sul, a taxa de cura dos casos novos de tuberculose pulmonar em 2023 foi de 52,5%, abaixo da meta de 85% recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A taxa de abandono do tratamento chegou a 18,5%.
O informe também alerta para o impacto da doença entre populações vulneráveis, como pessoas em situação de rua, privados de liberdade, imigrantes e profissionais de saúde. A coinfecção com HIV agrava o cenário: em 2024, o RS teve a segunda maior taxa do país (17,8%), com menor índice de cura e maior taxa de mortalidade.
Além do acompanhamento nos serviços de referência, o Estado investe na capacitação de profissionais de saúde e na assistência especializada.
A SES reforça que o tratamento diretamente observado é a estratégia pela qual o profissional das unidades básicas de saúde ou dos serviços de referência deve acompanhar a correta ingestão de medicamentos pelo paciente. Além disso, o trabalho para eliminação da tuberculose inclui a busca ativa e a avaliação de contatos, que permite a identificação de casos em estágios iniciais, permitindo que o tratamento ocorra em tempo oportuno.
Com essas ações, é possível quebrar a cadeia de transmissão e evitar a evolução para formas graves que, normalmente, estão relacionadas a diagnósticos tardios. A estratégia está alinhada com os princípios de descentralização do Sistema Único de Saúde e com o Programa Estadual de Incentivos para Atenção Primária à Saúde para pactuação de metas.
* Com informações do Governo do RS
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