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Na tarde da última quinta-feira, 05, a Câmara Municipal de São José do Norte sediou uma audiência pública para debater a proposta de revisão tarifária da travessia hidroviária de passageiros operada pela empresa Transnorte, entre os municípios de São José do Norte e Rio Grande. Assim, a audiência teve como principal objetivo garantir transparência ao processo de revisão e abrir espaço para o posicionamento da população e das lideranças locais sobre um serviço considerado essencial, em que as manifestações colhidas no encontro serão consideradas no processo de revisão conduzido pela Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do Rio Grande do Sul (AGERGS).

Dessa forma, o último reajuste tarifário foi dia 1º de fevereiro, e passados quatro meses, um novo reajuste está sendo debatido. Durante o encontro, foi apresentado o histórico do processo de revisão tarifária e a proposta de reposicionamento da tarifa atual de R$ 5,95 para R$ 6,50, sendo assim, com um reajuste de 55 centavos. A medida considera fatores como a ausência de reajustes em 2022 e 2023, os impactos da pandemia de COVID-19, as cheias de maio de 2024 que paralisaram a operação e a redução de demanda relatada pela operadora.

Em sua manifestação, o prefeito Neromar Guimarães destacou a importância da audiência como instrumento democrático e cobrou sensibilidade das autoridades diante da realidade socioeconômica da população, pois, diariamente, milhares de cidadãos utilizam a travessia em busca de trabalho, atendimentos médicos e outros compromissos em Rio Grande. “Qualquer aumento pesa no orçamento dessas famílias. Cinquenta centavos por passagem representam R$ 1 por dia. Isso faz diferença no fim do mês”, afirmou.

Além disso, o chefe do Executivo municipal também questionou os dados que indicam queda na demanda do serviço. “A população de São José do Norte não diminuiu, e quem precisa trabalhar ainda continua dependendo da lancha. Como explicar essa redução tão acentuada?”, pontuou. O prefeito ainda cobrou respostas sobre a prometida licitação do transporte hidroviário, anunciada desde 2016, e pediu o retorno da grade de horários existente antes da pandemia, que, segundo ele, atendia melhor às necessidades da comunidade.

Após a audiência, as manifestações serão levadas em consideração no processo de revisão conduzido pela AGERGS, que regulamenta os reajustes tarifários.