Projeto da Usina Termelétrica em Rio Grande volta à pauta em reunião entre Grupo Cobra e lideranças locais
O projeto, considerado um antigo anseio das lideranças da região, foi novamente colocado em pauta durante um encontro realizado na quinta-feira, 5 de junho, na sede do Grupo Cobra, no Rio de Janeiro.

A proposta de implantação de uma Usina Termelétrica (UTE) na Cidade do Rio Grande voltou a ser discutida após um período de inatividade causado por entraves burocráticos. O projeto, considerado um antigo anseio das lideranças da região, foi novamente colocado em pauta durante um encontro realizado na quinta-feira, 5, na sede do Grupo Cobra, no Rio de Janeiro.
A reunião contou com a participação de uma comitiva rio-grandina composta pela prefeita Darlene Pereira, o deputado federal Alexandre Lindenmeyer, o deputado estadual Halley Lino de Souza e os secretários municipais Dirceu Lopes (SMSU) e Vitor Magalhães (SMDITMAR). Todos estiveram reunidos com representantes do Grupo Cobra, incluindo o diretor de operações, José Carlos Herranz Yague.
Durante o encontro, foi apresentado um panorama detalhado do plano da UTE Rio Grande, com foco nos próximos passos estratégicos para viabilizar a implantação da estrutura energética na região.
Na ocasião, o deputado estadual Halley Lino de Souza (PT) reforçou o comprometimento que seguirá buscando retomar o projeto para o município. “Tivemos uma reunião de trabalho muito produtiva. Seguimos empenhados em retomar o projeto da usina termelétrica, pois sabemos da sua importância não só para Rio Grande, mas para toda a região sul”, afirmou.
A prefeita Darlene Pereira destacou a relevância do diálogo para entender quais medidas devem ser adotadas pelo município. “Nosso objetivo foi compreender as ações que precisamos realizar para garantir a concretização desse empreendimento, essencial para a geração de energia em nossa cidade, estado e país”, explicou.
O investimento estimado para a construção da UTE Rio Grande é de R$ 6 bilhões, conforme informado pelo Grupo Cobra. A expectativa é de que a obra gere até 3.000 empregos diretos e indiretos.
Impasses
Em 2014, a Bolognesi Energia S.A. foi uma das vencedoras do 20º Leilão de Energia Nova da Aneel, garantindo a outorga para a construção da Usina Termelétrica (UTE) Rio Grande, com autorização oficial concedida pelo Ministério de Minas e Energia (MME) em 2015. O projeto previa uma potência instalada de 1.238.000 kW e início das operações até janeiro de 2019. No entanto, os prazos estabelecidos não foram cumpridos, e em 2017 a Aneel revogou a outorga. Na época, o empreendimento encontrava-se em fase de licenciamento.
Em 2020, a Bolognesi transferiu o projeto para o Grupo Cobra, que passou a liderar os esforços para viabilizar a implantação da usina no Rio Grande do Sul.
Já em 2024, durante reunião pública ordinária, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) decidiu arquivar o processo. O diretor-relator Hélvio Guerra não reconheceu o requerimento administrativo apresentado pelas empresas Cobra Brasil Serviços, Comunicações e Energia S.A., Bolognesi Energia S.A. e Termelétrica Rio Grande S.A. Segundo ele, a petição protocolada em 1º de junho de 2020 carecia de documentação que justificasse a revisão da decisão anterior da diretoria. Além disso, o documento foi apresentado às vésperas da reunião, o que foi interpretado como uma tentativa deliberada de reverter o processo em cima da hora.
No entanto, em maio do mesmo ano, a Justiça Federal determinou que a Aneel devolvesse a outorga de autorização à Bolognesi. A decisão judicial também estabeleceu que a Agência avaliasse a proposta de transferência do projeto ao Grupo Cobra, interessado em assumir a execução do empreendimento.
COMENTÁRIOS