Marisa Martins
Insondáveis Contradições
De 15 a 17 de março deste ano, Putin buscou sua quarta eleição para Presidente da Rússia.
INSONDÁVEIS CONTRADIÇÕES
Marisa Martins
aloha.marisah@gmail.com
De 15 a 17 de março deste ano, Putin buscou sua quarta eleição para Presidente da Rússia.
Possível vinda do presidente russo Vladimir Putin ao Brasil, em novembro próximo, para reunião do G20 - maiores potências mundiais - faz lembrar contradições daquele país.
Ascensão de Putin, ex-chefe de espionagem russa, iniciou em 1999, como Primeiro-Ministro. Ressuscitou-se, então, popularidade de Josef Stalin, revolucionário e ditador russo.
Mote para propaganda é vitória dos soviéticos sobre nazistas, na Segunda Guerra, liderados por Stalin. Representava Estado forte. Nacionalista ferrenho, em contraposição a Lênin, internacionalista, mentor da revolução contra Tzares.
Vladimir Putin está no poder há 25 anos. Como Primeiro- Ministro e Presidente. Para vencer eleições, prolongou obras, como reforma do teatro Bolshoi, reinaugurando-o às vésperas de período eleitoral e, adepto do ateu Stalinismo, restaurou igrejas.
Russos, contemporâneos da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas – URSS – extinta por Gorbachev, amam Putin. Dizem ser único com mão forte para conduzir Rússia.
Gerações pós-1991, finda URSS e queda do Muro de Berlim, em 1989, usufruem da economia de mercado. Entendem que democracia no país é suplantada por autoritarismo putinista.
Estranha e contraditória, para qualquer análise, por consequência, situação russa. Mistura modernidade e anacronismo; tentativas de liberalidade e de autocracia.
Ambivalência é mais observada em Moscou. São Petersburgo aproxima-se mais de visão político-econômica da Europa Ocidental.
É simplista, porém, qualquer análise, pelos paradoxos de todas as lutas por poder, em quaisquer fanáticos sistemas ou ideologias. Mesclam democracia com autoritarismos ditatoriais e totalitarismos.
Quanto a Putin, como vem ocorrendo em guerra com Ucrânia, é ele feroz defensor desse tipo de ação. Como externou, deseja retomada de territórios, para ressuscitar grandeza da antiga República Soviética.
Pergunto-me, de novo: algum dia, poderá Kremlin se abrir, outra vez, à brisa democrática? E Estados Unidos, liderando OTAN, negociará pela paz mundial, com transparência e agilidade?
Contradições insondáveis pelo poder...
P.S.: Almejo ver Rússia sem Cortina de Ferro, Estados Unidos com cortinas transparentes, e um Oriente Médio em PAZ.
Foto: arquivo pessoal
Teatro Bolshoi - Moscou
COMENTÁRIOS