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Rio Grande,02/05/2025

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Ique de la Rocha

O porto de Arroio do Sal vem aí

Empresários de Caxias do Sul garantem que projeto “não tem volta”. Com a palavra nossas lideranças portuárias, que poderiam esclarecer por que a situação chegou a tal ponto. Não diziam que a costa era bravia, que o porto em Arroio do Sal era inviável?


O porto de Arroio do Sal vem aí

Ique de la Rocha

 

O porto de Arroio do Sal vem aí

Empresários de Caxias do Sul garantem que projeto “não tem volta”.

 

No coquetel comemorativo aos 25 anos do Sinduscon, na sexta-feira, 25 de agosto, conversei com dirigentes do movimento MobiCaxias (Mobilização por Caxias), que congrega as entidades empresariais daquela cidade e eles afirmaram que o porto em Arroio do Sal será uma realidade em breve.

Indagado se há possibilidade de desistirem do projeto, o presidente do MobiCaxias, Rodrigo Postiglione, foi taxativo: “Não tem volta”. E mais: “Dinheiro tem”. Como se não bastasse, os empresários reúnem-se todo o mês com o prefeito caxiense para tratar do assunto. O engenheiro do projeto é Fernando Carrion e o senador Heinz, que levou 9 mil votos dos riograndinos em sua eleição para o Congresso, “ajuda muito”, conforme o empresário.

O presidente do MobiCaxias justifica a necessidade do porto pelo fato da Serra ser o segundo polo mecânico do Brasil e também o segundo polo de plantio. Ele entende que “o porto Meridional não vai atrapalhar Rio Grande, porque os produtos da Metade Norte do estado, já saem por Itajaí, São Francisco e Itapoá. Os ônibus da Randon e Marcopolo há muito saem por Paranaguá (PR). Temos os maiores produtores de maçã e nenhum deles bota carga em Rio Grande e sim em Santa Catarina. Também temos frango, madeira e produtos agrícolas para sair por Arroio do Sal. Os terminais graneleiros de Rio Grande vão continuar movimentando o arroz, trigo e soja”.´

 

Movimentação de até 50 milhões de toneladas

O presidente Postiglione adiantou que a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), que aprova a concessão, já deu ok e aguarda o envio, para muito breve, do projeto executivo. Falta a parte do licenciamento ambiental, através da Fepam, mas isso tudo está sendo tratado.

A projeção do empresariado caxiense é que o porto de Arroio do Sal movimente, por ano, 30 milhões de toneladas de carga, mas pode chegar até 50 milhões.

O porto de águas profundas de Arroio do Sal terá, na primeira fase, 14 metros de profundidade e irá operar com navios médios. Depois, passará para 20 metros de profundidade, ficando pronto para receber embarcações maiores que em Rio Grande. Para ter essa profundidade será preciso dragar 9 milhões de metros cúbicos.

O porto, que inicialmente seria off-shore, agora será costeiro. O investimento é de R$ 7 bilhões e existe o interesse também na navegação por cabotagem, a chamada “BR do Mar”. Já foi adquirida área retroportuária com 400 hectares.

 

Irá receber até navios de passageiros

A execução do projeto está a cargo da DTA Engenharia, a mesma empresa que fez a dragagem do porto do Rio Grande. Ela tem parceria com um grupo holandês e participação, também, de empresários de Caxias do Sul.

A construção do porto em Arroio do Sal deverá levar de 1 a dois anos e já existe uma rota específica para caminhões , que não é a mesma da praia. A distância entre Caxias do Sul e Arroio do Sal é de 150 km, enquanto para Rio Grande é de 500 km. “Para vir para cá (Rio Grande) são 500 km para descer e 500 km para subir”, observa Rodrigo Postiglione, que cita a existência da Rota do Sol e da BR-285: “São duas vias transoceânicas que cortam o Rio Grande do Sul!”.

Inicialmente as operações no porto de Arroio do Sal serão de contêineres, gás, as mercadorias e produtos já citados acima e terá, também, um terminal turístico para receber navios de passageiros. Além disso, a Petrobras sinalizou que pretende construir um terminal nesse novo porto.

 

Não foi por falta de aviso

Dentro da Federação das Indústrias do RS (Fiergs) há muito tempo os empresários gaúchos da Metade Norte reclamavam do alto custo para as mercadorias saírem por Rio Grande. Apesar dos protestos nada foi feito. E nessa de “pagar pra ver”, eis que pela primeira vez na história do Rio Grande do Sul deixaremos a condição de único porto marítimo do estado.

Não é o fim do mundo, mas Rio Grande, que boa parte da própria população já chama de “cidade do já teve”, poderá perder muito em sua atividade portuária, quando todos nós sabemos que o porto impulsiona a cidade e também a região.

Se uma região do estado, e justamente a mais rica, está decidida a gastar bilhões de reais em um porto, quando se sabe que esta atividade é caríssima, só pode ser porque Rio Grande não estava mais correspondendo à expectativa.

Com a palavra nossas lideranças portuárias, que poderiam esclarecer por que a situação chegou a tal ponto. Não diziam que a costa era bravia, que o porto em Arroio do Sal era inviável?

Agora expliquem!

 

Contatos com a coluna pelo email: iquedelarcha@gmail.com



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