Lênin Landgraf
As eleições portuguesas
A Aliança Democrática (AD), uma coligação encabeçada pelo Partido Social Democrata (PSD), centro-direita, venceu as eleições com uma pequena vantagem.
leninplandgraf@hotmail.com
As eleições portuguesas
No último dia 10 os portugueses foram às urnas em suas eleições legislativas. A AliançaDemocrática (AD), uma coligação encabeçada pelo Partido Social Democrata (PSD), centro-direita, venceu as eleições com uma pequena vantagem. O segundo colocado, PartidoSocialista (PS), era a maior esperança da centro-esquerda portuguesa, mas acabou tornando-se o maior derrotado das eleições.
Contudo, o destaque das eleições vai para a perigosa ascensão do “Chega”, organizaçãode extrema direita que aumentou significativamente o número de votos e, consequentemente,o número de acentos na Assembleia da República (Parlamento português). O antes “nanico”,terminando agora em terceiro lugar a disputa, demonstra força e aponta que tentará negociaruma composição com o novo governo.
Após uma série de instabilidades, o então primeiro-ministro português renunciou eacabou adiantando as eleições que originalmente estavam previstas apenas para 2026. Comisso, um novo governo precisa ser formado, vez que Portugal, diferente do Brasil, possui umsemipresidencialismo tendente para o parlamentarismo.
O governo anterior pertencia ao PS, que possuía maioria absoluta do parlamento, o queé uma raridade no sistema parlamentarista. Em novembro do ano passado Antonio Costa,primeiro-ministro, passou a ser investigado pelo Ministério Público português em um caso decorrupção. Surpreendentemente, semanas após sua renúncia, o MP reconheceu que haviaerrado e o acusado de fato não era o primeiro-ministro, mas sim um homônimo.
Os novos 230 deputados tem em suas mãos a missão de compor um novo governo. Osnúmeros, com 99% das urnas apuradas, foram: Aliança Democrática com 79 deputados (antes77); Partido Socialista com 77 deputados (antes 120); Chega com 48 deputados (antes 12).Dos números, claramente podemos concluir que a grande vencedora foi a extrema-direita,com um salto de 300%, enquanto centro-esquerda sai derrotada, perdendo mais de 40 cadeiras.
Mesmo em primeiro lugar a AD não obteve maioria absoluta, tendo que compor o novogoverno com outros partidos. Nesta semana, o líder dos vitoriosos declarou que não pretendiaaliar-se a extrema-direita. Será?
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