Daisy Soares
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Ruas Estranhas
Poema bastante antigo, de meu primeiro livro, POETIZANDO. Os caminhos continuam a se apresentar. A vida segue sonhando, as estradas se modificaram, mas a vontade de viver se intensificou.
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RUAS ESTRANHAS
Às vezes, não sei quem sou
E até esqueço meu nome
Um esquecimento me consome
E me perturba o que passou.
Se erro, não sei se errei.
Se não tenho consciência do erro?
Que erro, então, cometi?
Se toda a sabedoria do mundo
Estivesse em mim,
Eu seria a perfeição.
Às vezes, passo por ruas desconhecidas
Sem desejar tê-las cruzado.
Às vezes, sonho o impossível
Querendo que fosse real.
Só sei que caminho em direção ao mundo
E ouço palavras duras.
A dor não me endurece a alma,
Pois meu pensamento vai além das nuvens.
Não busco sorrisos nas esquinas
E quero ser apenas eu,
Sem mentiras e palavras fingidas,
Sem promessas falsas
E sonhos impossíveis.
Queria nadar sem pressa
E andar pela praia descalça.
Queria viver de brisa,
Da gota d'água e da luz do sol.
Queria dormir sem medo
De ter que acordar amanhã,
E ter que enfrentar o mesmo mundo,
O de todo o dia,
Aquele da promessa falsa e da mentira à toa.
Enquanto isso, olho para tudo e sonho,
E minha alma leve, no meu mundo, voa.
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