Médicos da UPA Junção devem iniciar restrição nos atendimentos a partir deste sábado, 31
Restrição afeta atendimentos considerados não urgentes, identificados por fichas verdes e azuis, ou seja, casos de menor complexidade, como dores leves, sintomas gripais, demandas administrativas e queixas sem risco imediato à vida.

Os médicos que atuam na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Junção podem restringir os atendimentos à população a partir deste sábado, 31. O comunicado foi divulgado pelo Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), após a categoria manter a informação de que os pagamentos seguem atrasados por parte do Instituto Brasileiro de Pesquisa e Extensão para o Desenvolvimento Humano (IBSaúde).
Atualmente, a UPA Junção conta com 41 médicos em atividade, cujos contratos ocorrem por meio de pessoa jurídica (PJ) com o IBSaúde. Em nota, o Simers afirma que a categoria realizou uma reunião, na última quinta-feira, 29, para debater a situação salarial. Na ocasião, nem todos afirmaram o recebimento dos salários atrasados do mês de março. Além disso, a nota também reitera que, em casos de atendimentos não urgentes, a população rio-grandina deve procurar as Unidades Básicas de Saúde (UBs). A assistência a pacientes em risco de vida ou com necessidade de atendimento urgente seguirá sendo realizada normalmente na UPA Junção.
“[...] A decisão da paralisação parcial foi aprovada em Assembleia Geral Extraordinária, realizada no dia 12 de maio. No caso de pagamento do salário referente a abril, que ainda está em aberto, a parada será cancelada. A população do Rio Grande deve estar atenta à nova dinâmica de atendimentos e procurar as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) para casos de menor gravidade. A assistência a pacientes em risco de vida ou com necessidade de atendimento urgente seguirá sendo realizada normalmente na UPA Junção. Segundo a diretora da Região Sul do Simers, Renata Jaccottet, o Sindicato exige que os médicos tenham seus honorários pagos até o dia 15 do mês subsequente ao período trabalhado. O trabalho médico exige compromisso, responsabilidade e preparo constante. A previsibilidade no pagamento é uma condição mínima”, destaca [...]”, afirma um trecho da nota divulgada pelo sindicato.
Os 41 médicos da UPA Junção enfrentam atrasos salariais desde o início do ano, com pendências desde o mês de fevereiro. O Litorâneo entrou em contato com a assessoria de comunicação da empresa IBSaúde, solicitando uma resposta em relação aos atrasos salariais.
Em nota, a empresa afirmou que ainda aguarda o rapasse do Executivo Municipal referente a 60% do valor dos serviços. “Ainda não foi feito, pelo município, o repasse de 60% do valor dos serviços – o qual deveria ter sido realizado no último dia 15 de maio. Quando for efetuado, as empresas médicas serão pagas". Em conversa do O Litorâneo com a Secretária de Saúde do Rio Grande, Juliana Acosta, no último dia 23, ela afirmou que esses 60% são pagos após conferências dos documentos enviados pela empresa. Segundo ela, a IBSaúde havia mandado fora de prazo hábil para pagamento no dia 15. Segundo ela, no dia 22 foi liberado para pagamento. Nesta sexta-feira, 30, O Litorâneo questionou a Secretária de Saúde sobre a efetivação desse pagamento. Segundo a responsável pela pasta, o pagamento foi efetuado na última terça-feira, 27. "Estamos monitorando desde ontem de noite e os atendimentos na Upa Junção não sofreram nenhuma alteração até o momento. Temos uma reunião hoje, no fim da tarde, com Simerg, IBSaude e Conselho Municipal de Saúde", afirmou a secretária Juliana Acosta.
Briga de 2021
Um outro ponto reclamado pelo Ibsaúde dá conta de um empenho realizado no ano de 2021. Segundo eles, foi empenhado pela Prefeitura do Rio Grande em julho de 2021, o valor de R$ 1.663.302,67; desse valor teria sido glosado pouco mais de R$147 mil e retidos R$ 932.732,36. Segundo a empresa, existe parecer jurídico da procuradoria municipal do Rio Grande de que os valores são devidos à empresa e, até o momento, o município não quitou o empenho.
Sobre esse empenho de 2021, a secretária de saúde Juliana Acosta aponta que: "o valor referido de R$932 mil foi um recurso retido da conta do contrato. Está em reanálise na procuradoria jurídica do município para que tenhamos respaldo legal para poder rever posições da comissão de análise do contrato", conclui ela.
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