Novembro roxo: a história de quem enfrentou a prematuridade com fé, esperança e amor
A prematuridade é definida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como o nascimento antes das 37 semanas de gestação. Durante o mês de novembro, diversas campanhas de sensibilização e conscientização foram desenvolvidas sobre o assunto.
Quando Deyse e Pablo descobriram que seriam pais, imaginaram um caminho tranquilo até a chegada do filho. Porém, a vida tomou um rumo inesperado. Com 34 semanas e quatro dias de gestação, Deyse entrou em trabalho de parto, fazendo com que o pequeno Joaquim chegasse ao mundo de forma prematura no dia 11 de julho de 2022.
A prematuridade é definida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como o nascimento antes das 37 semanas de gestação, afetando cerca de 15 milhões de bebês anualmente. No Brasil, a taxa de partos prematuros é em torno de 12%, impondo desafios médicos e emocionais para as famílias envolvidas.
Para encerrar a campanha do Novembro Roxo, mês de conscientização sobre a prematuridade, O Litorâneo compartilha a história de Deyse, Pablo e Joaquim, com um relato de fé, amor e superação.
Deyse e Pablo não esperavam que Joaquim nascesse prematuro. Durante a gestação, Deyse apresentou sinais de pré-diabetes, mas, segundo Pablo, não foi medicada. A situação parecia estável até que, de repente, o tampão mucoso saiu, ocasionando no início do trabalho de parto.
“Nos assustamos quando o tampão saiu e corremos direto para o Centro Obstétrico da FURG. Da saída do tampão até o nascimento do Joaquim foram 11 horas. Estudamos muito o parto, e ocorreu como prevíamos, um parto normal. O que nos assustou foi após esse período, pois ele infectou com uma bactéria devido a um procedimento cirúrgico e retardou o processo de saída da UTI NEO”, comenta o pai de Joaquim.
O bebê enfrentou 25 dias na UTI Neonatal do Hospital Universitário Dr. Miguel Riet Corrêa Jr. (HU-FURG). Durante esse período, a família se dedicou integralmente a acompanhar sua recuperação. “Foram longos 25 dias dentro do UTI Neo, eu e a Deyse nos revezamos todos os dias e noites para acompanhar o processo de recuperação do Joaquim, por vezes pensávamos que poderíamos ter perdido ele mas tínhamos fé em Deus e hoje damos todo o crédito a Jesus que nos sustentou a acreditar que o senhor faria um milagre”, destaca Pablo.
No hospital, Joaquim também precisou passar por um procedimento cirúrgico logo nos primeiros dias de vida. Segundo Pablo, a cirurgia foi para a inserção de um cateter intratraqueal para administrar antibióticos. Os riscos eram altos, incluindo complicações como perfuração pulmonar, mas o procedimento foi bem-sucedido.
“Nesse momento, tivemos muito medo e oramos sem parar, e graças a Deus ocorreu tudo bem. A equipe da UTI neo é muito qualificada e tivemos a sorte de ter pessoas maravilhosas neste lugar anjos que nos ajudaram intensamente todos os dias e noites. Ali, nós aprendemos como cuidar de um bebê nossa rede de apoio foi nós como casal se revezando nas manhãs, tardes, madrugadas e com apoio de todas as enfermeiras trocas de plantões todas são incansáveis”, relembra.
Durante a internação, o casal adotou o Método Canguru, uma prática recomendada por especialistas para bebês prematuros. Trata-se de modelo de assistência que visa um cuidado humanizado e a redução da mortalidade. O método é baseado no contato pele a pele entre o bebê e a mãe ou o pai, em uma posição semelhante à do canguru com seus filhotes.
Pablo comenta que este contato com o bebê foi essencial para o casal. “O conselho que podemos repassar é que faz muita diferença estar com o bebê diariamente nesse processo, sabemos que tem a função de visitas e dependendo do caso de prematuridade os pais não podem ficar o tempo inteiro, nós podemos ficar pq o Joaquim ficou na UTI intermediário então podíamos ficar mesmo não precisando. Mas foi único ficar ali conhecendo, aprendendo, comemorando cada evolução e estar conectado fazendo o bebê sentir nossa presença. O processo às vezes é doloroso, porém vale
Na última semana, o HU-FURG encerrou a programação da Jornada da Prematuridade, voltado ao compartilhamento de conhecimento e ao apoio às famílias, com o objetivo de sensibilizar a comunidade e melhorar as condições de vida e desenvolvimento das crianças prematuras. O evento contou com a participação de Deyse e Joaquim, que está saudável.
Após ter passado por um período de aflições nos primeiros meses de vida de seu filho,Pablo destaca a importância da campanha de conscientização da prematuridade. “Há pouco, no dia 16 e 18, a Deyse e o Joaquim participaram da jornada da prematuridade e no relato dela foi muito emocionante poder vivenciar e relembrar esses momentos, poder ver que ele está saudável e se desenvolvendo acima do esperado é gratificante. A importância do novembro roxo para nos lembrar o quanto os prematuros são fortes mesmo sendo frágeis, o quanto eles lutam pela vida incessantemente e posteriormente para que se desenvolvam plenamente. A prematuridade é sinônimo de força”, enfatiza.
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