Governo do Estado recebe comitiva de entidade americana para treinamento de equipes gaúchas em gestão de emergências
Centro de Controle e Prevenção de Doenças vai ministrar oficina aos profissionais de saúde e defesa civil
O governo do Estado recebeu, nesta terça-feira, 26, representantes do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos e do Consulado Americano em Porto Alegre. Acompanhados de diretores de departamentos da Secretaria da Saúde (SES) e oficiais da Defesa Civil do Rio Grande do Sul, eles apresentaram um panorama dos conhecimentos que serão repassados em uma oficina a profissionais do Executivo estadual.
O curso vai abordar a doutrina internacional para gestão de emergências e processos de preparação, resposta e recuperação, a fim de fortalecer a atuação diante de situações de calamidade, como as enfrentadas em razão das enchentes de maio.
A oficina, que ocorrerá entre 27 e 29 de novembro, no anfiteatro do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Brigada Militar, em Porto Alegre, é mais uma parceria entre o governo e o CDC com o objetivo de promover uma abordagem integrada entre as diversas secretarias e órgãos das forças de segurança, fortalecendo a capacidade de resposta coordenada do Estado.
Em novembro do ano passado, o CDC já havia realizado um treinamento sobre os conceitos-chave da metodologia de Identificação de Ameaças e Perigos e Análise de Risco (Thira), após os eventos meteorológicos extremos no Vale do Taquari em 2023.
"Nos últimos anos, tivemos pelo menos dez situações extremas ligadas ao clima – a pior em maio, com a maior catástrofe da história do Estado. A partir do Plano Rio Grande, estamos trabalhando para melhorar o sistema de prevenção, resposta e resiliência. Por isso é tão importante esse compartilhamento de conhecimentos, para que possamos aprender com toda a experiência reconhecida do CDC", afirmou Gabriel.
O CDC também auxiliou a SES e demais órgãos do Estado durante o enfrentamento da fase mais crítica da calamidade das enchentes de 2024. A entidade atuou na qualificação de servidores com especialização em epidemiologia de campo e gestão de emergências em saúde pública. Também teve participação ativa na articulação com o Gabinete de Crise instaurado pelo governador Eduardo Leite, que permitiu otimizar a coordenação de esforços para uma atuação rápida e eficiente diante das emergências de saúde pública provocadas pela catástrofe.
"Os últimos eventos de grande magnitude só reforçam a nossa certeza quanto à importância do trabalho integrado. O que fazemos agora é uma continuidade do que temos construído desde 2023 na parceria com o CDC, que seguirá trazendo uma contribuição essencial para a ação do Estado", disse o diretor-adjunto do Centro Estadual de Vigilância em Saúde, Marcelo Vallandro.
Na reunião, o especialista em Gestão de Emergências de Saúde Pública do CDC, Michael Phipps, apresentou um vídeo de introdução à metodologia de preparação, instalação e execução de Centros de Operação de Emergência (EOC, sigla do inglês “Emergency Operations Center”), destacando que a preparação adequada para agir com rapidez nas primeiras 48 horas de um evento extremo fazem grande diferença no sucesso da resposta.
"Pode ser a melhor estrutura de saúde e defesa civil do mundo, mas se essas áreas não estiverem preparadas para trabalharem integradas, não se chegará ao resultado esperado. Por isso é tão importante saber antecipadamente qual método de ação se adapta melhor a cada realidade", explicou Michael.
O subchefe da Defesa Civil, coronel Santiago Castro, também destacou a troca de experiências e conhecimentos com a equipe do CDC como uma oportunidade para qualificar os planos de ação em situações extremas. "Mostramos ao Centro a política de gestão de risco e desastre que apresentamos à Assembleia, o projeto dos Centros Regionais e várias outras ações importantes que estamos desenvolvendo no âmbito do Plano Rio Grande. Concluímos que há grande convergência com a metodologia do CDC", analisou o oficial.
O governador em exercício encerrou o encontro renovando os agradecimentos ao CDC pela colaboração com o Estado e a contribuição que o trabalho desenvolvido terá para fortalecer a resiliência do Rio Grande do Sul em eventos futuros.
"Todo esse conhecimento será importante também para agregar aos planos de contigência que estamos elaborando a partir do legado do enfrentamento da crise. É fundamental tornarmos o Rio Grande cada vez mais preparado e adaptado às consequências das mudanças climáticas", finalizou Gabriel.
Também participaram da reunião a diretora do Departamento de Gestão dos Hospitais Estaduais (DGHE) da SES, Letícia Ikeda; a diretora do Centro Estadual de Vigilância em Saúde, Tani Rainieri; o especialista em Gestão de Emergências de Saúde Pública nos Centros de Controle e Prevenção de Doenças do CDC, Jesus Rodriguez; a assessora-técnica sênior do CDC para a América do Sul, médica Ana Carla Pecego da Silva; e a representante do Consulado Americano, Aline Vecchia.
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