Cheia da Lagoa: Moradores registram aparecimento de cobras e outros animais em residências na Região Sul
Diversos registros foram feitos por moradores do Rio Grande, Pelotas e São José do Norte.
Após as enchentes que assolaram o Estado do Rio Grande do Sul, diversas localidades têm registrado a aparição de cobras e outros animais em áreas urbanas, incluindo praças e residências. Este fenômeno também tem ocorrido na região sul, com relatos frequentes de moradores do Rio Grande, São José do Norte e Pelotas avistando cobras em suas casas ou arredores.
No município do Rio Grande, na última sexta-feira, 17 de maio, uma moradora foi atacada por uma cobra na Praça Xavier Ferreira, no centro da cidade. Segundo a Defesa Civil, a mulher não sofreu ferimentos graves. Já na segunda-feira, 20 de maio, foi registrada a presença de uma cobra da espécie Bothrops alternatus, conhecida como ‘Cruzeira’, em uma residência na localidade do Cocuruto, em São José do Norte, o que aumentou o estado de alerta entre os moradores.
De acordo com Marco Antonio Afonso Coimbra, biólogo do Núcleo de Reabilitação da Fauna Silvestre (NURFS) da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), a aparição destes animais está relacionada ao grande volume de água das cheias, que desloca vegetações usadas como abrigo pelos animais, levando-os a novas áreas. No NURFS, a equipe de pesquisadores e profissionais é responsável pelo resgate e reintegração destes animais na natureza. Os procedimentos incluem avaliações clínicas e comportamentais para determinar se o animal está apto a ser solto.
“Quando o animal chega aqui, é realizado o exame clínico pela equipe de medicina veterinária do NURFS. Após, fazemos uma avaliação de comportamento e das condições gerais do animal para ver se há possibilidade de soltura”, explica Coimbra. A reintrodução é feita, sempre que possível, em uma área habitada pela espécie, mas fora de locais urbanos para evitar conflitos.
Coimbra aconselha a população a evitar manusear cobras avistadas em áreas urbanas e a contatar órgãos competentes, como a Polícia Ambiental, que em Rio Grande pode ser acionada pelo telefone (53) 3235-4702. Ele enfatiza que, embora muitas espécies avistadas sejam inofensivas, há também espécies peçonhentas que representam um risco significativo.
“Eu digo ao pessoal evitar manusear porque tem espécies que estão aparecendo que são inofensivas, não possuem veneno nem peçonha. Porém, há também espécies que são peçonhentas e que apresentam um risco grande de acidente”, finaliza o biólogo.
COMENTÁRIOS