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Rio Grande,18/04/2024

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Entidades sindicais classificam atos de pró-reitor da FURG como machismo

Nota contra pró-reitor Daniel Prado é assinada por cinco entidades.

FURG
Entidades sindicais classificam atos de pró-reitor da FURG como machismo

As coordenações da APTAFURG/Sindicato, SINTERG, APROFURG - Seção Sindical do ANDES e 6º Núcleo do CPERS Sindicato divulgaram uma Nota de Desagravo nesta quinta-feira, 04, contra uma atitude considerada machista do Pró-Reitor de Extensão e Cultura da FURG, Daniel Prado. Segundo a nota: "Em duas oportunidades o Sindicato da categoria técnica administrativa em educação é desrespeitado através de uma postura machista por parte do Pró-Reitor de Extensão e Cultura, frente à Coordenadora Geral da APTAFURG/Sindicato". Segundo a nota, houve projeção do corpo e aumento do tom de voz, na presença do Reitor Danilo Giroldo e do vice-reitor, Renato Duro, dentro da Reitoria da FURG. 


NOTA DE DESAGRAVO
A presente nota tem justamente o objetivo de, publicamente, desagravar um ato de violência de gênero
com o intuito de atender um objetivo político. Um confronto político sustentado pelo constrangimento de
gênero. Tristes dias em que vivemos atualmente, onde a violência, aberta ou sutil, de todas as formas, sobretudo
a de gênero, é incorporada e naturalizada no interior das relações de poder nesta Instituição Federal de Ensino
Superior, pública.
Em duas oportunidades o Sindicato da categoria técnica administrativa em educação é desrespeitado
através de uma postura machista por parte do Pró-Reitor de Extensão e Cultura, frente à Coordenadora Geral
da APTAFURG/Sindicato.
Os movimentos que assinam este desagravo compreendem que o desrespeito (agravo) não foi dirigido
somente à Coordenadora, mas sim ao movimento sindical, no ato de seu legítimo exercício de defesa das
trabalhadoras e trabalhadores.
Mais grave, compreendemos: o ato é uma afronta ao conjunto das trabalhadoras que compõem as
diversas categorias da área da educação, face à dimensão de gênero envolvida no ato da violência (assédio
moral e machismo).
A violência se materializou por meio do AUMENTO DO TOM DE VOZ E A PROJEÇÃO FÍSICA
DO PRÓPRIO CORPO do respectivo Pró-Reitor em direção à Coordenadora, na reunião com o Reitor e Vice-
Reitor, do dia 05 de julho de 2022, na Reitoria da FURG. O agravo se deu na presença da representação dos
sindicatos da área da educação e do movimento estudantil. Entretanto, não se tratou de um ato isolado.
A mesma postura já havia se apresentado durante a reunião do dia 20 de abril, no interior do Centro
de Atenção Integral à criança e ao adolescente – CAIC, ocasião na qual se buscava apurar denúncias de assédio
moral, ouvindo servidoras do Centro. Encontro no qual o Sindicato teve a sensibilidade de apostar no diálogo
com a Gestão, convidando tanto a Direção do Centro, como o Pró-Reitor de Extensão e Cultura.
Um debate caríssimo para os movimentos, sobretudo para a luta das mulheres contra o machismo
estrutural e o patriarcado secular, é a questão de gênero. Nos dias atuais, em nosso país, a violência de gênero
é naturalizada, “autorizando” o “homem” a aumentar a voz e se projetar fisicamente como forma de
explicitação de força e superioridade em relação a mulher. ATO MACHISTA QUE DEVE SER REPUDIADO
DE FORMA VEEMENTE.
Repudiaremos este tipo de postura, onde quer que se apresente, sobretudo em um espaço que reivindica
a produção de conhecimento, tendo como projeto pedagógico ações firmadas no princípio da emancipação
humana. Emancipar a humanidade exige o compromisso do rechaço a posturas de violência de gênero e de
qualquer outra violência que atente contra a saúde física e mental da classe trabalhadora.
Desagravamos, com todas as nossas forças de militantes sociais, a postura do respectivo gestor
(lamentavelmente uma postura machista) na sua tentativa de constranger os movimentos, assediando-os
moralmente. De nossa parte responderemos com mais luta política e mais convicção de que estamos do lado
certo da história, do lado da classe trabalhadora.
Coordenação da APTAFURG/Sindicato
Coordenação do SINTERG
Diretoria da APROFURG - Seção Sindical do ANDES
Diretoria do 6o. Núcleo do CPERS Sindicato



Em nota, o pró-reitor pede desculpas pelo ocorrido:


Saudações a todas e todos. Refleti muito nas últimas horas, intensamente, conversei com amigas e colegas dos movimentos de mulheres, de movimentos feministas, bem como com colegas que estavam presentes na referida reunião, com o objetivo de entender, dentro de mim, e a partir da minha prática cotidiana, seja na minha interação com a sociedade civil, seja acadêmica, a minha participação em determinada reunião.  Diante da nota de desagravo publicada pela Coordenação da APTAFURG/Sindicato, pela Coordenação do SINTERG, pela Diretoria da APROFURG/Seção Sindical do ANDES e pela Diretoria do 6º Núcleo do CPERS Sindicato, venho pela presente Nota Pública, apresentar minha RETRATAÇÃO por minha postura quando da reunião já apontada. Efetivamente, se tratou de uma reunião em que vários aspectos estavam envolvidos, um debate acalorado em grande medida, o que gerou um tensionamento no ambiente. Expressei minha opinião de forma inadequada, desta forma, episodicamente elevei minha voz, com o objetivo de fazer o contraponto.

Por esta razão houve um excesso na forma de me expressar e reconheço a inadequação de minha atitude e, por ela, presto publicamente minhas desculpas a todas as pessoas presentes na reunião e estendo a toda a comunidade universitária.

Sei, enquanto militante dos movimentos sociais e pelos Direitos Humanos, que o bom trato, a educação, o respeito em meio à diversidade de opiniões, deve ser sempre o método de relação que todos devemos, sinceramente, ter e cultivar, no sentido do trato fraterno mútuo. Integro uma gestão que atua fortemente na construção de um espaço inclusivo, diverso e de alteridade, razão pela qual, cotidianamente, procuro me colocar em uma posição de aprendente para romper com uma estrutura patriarcal que nos atravessa enquanto sociedade e em mim, especialmente, como homem branco.

Desta forma, muito respeitosamente, reitero meu pedido de desculpas a todos e todas e reforço meu compromisso pela construção de uma sociedade igualitária, contra os extremismos, pela Democracia e pela cultura da Paz.

Assinado: Daniel Prado, pró-reitor de extensão e cultura. 


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