João José Reinbrecht Braga - Prof.Maninho
Que vida engraçada
Os filhos, dos quais éramos guias, hoje são nossos guias
QUE VIDA ENGRAÇADA
Quando crianças, temos muita pressa para sermos adolescentes, não nos damos conta que crianças apenas brincam, tudo é feito pelos pais e desconhecem a existência de um futuro, no qual, devemos estar sempre atentos.
Aí , chega a adolescência...começam a nos serem cobradas várias responsabilidades que, quando crianças, não sabíamos que existiam. É a fase da “depressão”, da desilusão amorosa, da decepção com a vida, enfim, de tornarmos os pequenos problemas em problemas enormes que, para os adolescentes, são eternos e insolúveis. É a fase em que são cobrados esforços para o sucesso nos estudos, que são o caminho para termos um futuro tranquilo e digno, é quando ouvimos com insistência “é a única coisa que temos para deixar para vocês”.
Depois vem a fase adulta...puxa, que coisa estranha, mais fatos que os adolescentes desconheciam: despesas , impostos, boletos e tantas outras coisas. É quando começam os relacionamentos, teoricamente definitivos, e que fazem voltar aos nossos sentimentos aquela insegurança, o que era futuro, agora é presente e o que era presente, agora é passado, momento em que, de fato, tudo se define, família aumenta e a responsabilidade então, nem se fala, é a vida passando, o tempo voando e não mais voltando e... a velhice chegando.
Aí sim, a barriga cresce e não diminui mais, os olhos já nos mostram imagens não tão nítidas, então buscamos socorro nos óculos, os cabelos ficam grisalhos e mais raros, a testa começa a se franzir seguidamente, como se isso nos fizesse ouvir melhor, algumas dores respondem presença em nosso organismo, assim como várias limitações, a memória começa a falhar, logo, precisamos de uma agenda, que nem sempre lembramos de olhar. Os filhos, dos quais éramos guias, hoje são nossos guias, o amadurecimento, na maioria das vezes , nos deixa mais teimosos e menos consequentes, afinal, já vivemos bastante e “sabemos tudo”. Será que o “ sabemos tudo” já não foi vivido na adolescência? Será que estamos retornando à infância?
Ainda não sei, mas estou no caminho e, quando responder a essa pergunta, talvez alguém , rindo , responda baixinho: não repara ele está ficando caduco e voltando a ser criança.
João José Reinbrecht Braga
Professor Maninho
Cadeira 34- ARLetras
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