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Rio Grande,16/05/2024

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Ique de la Rocha

Marinha e FURG: relações estremecidas

Cassação de título honorífico a Maximiano da Fonseca motivou carta de repúdio.


Marinha e FURG: relações estremecidas

Incentivado pela Comissão da Verdade da Furg, o Conselho Universitário (Consun) aprovou a cassação dos títulos de Doutor Honoris Causa que tinham sido concedidos ao Presidente Emílio Garrastazu Médici, General Golbery do Couto e Silva e ao Almirante Maximiano da Fonseca.

O General Golbery do Couto e Silva contribuiu para a federalização da Furg e a implantação do ensino gratuito, já que antes era pago. Ajudou na liberação de recursos para as obras do canal adutor e foi responsável pela construção de mais de 4 mil casas populares no Parque Marinha.

O Almirante Maximiano da Fonseca transferiu de Florianópolis para Rio Grande o Comando do 5º Distrito Naval, trouxe a Estação de Apoio Antártico (Esantar) para a Furg e o apoio da Marinha foi decisivo para que a universidade tivesse um novo navio oceanográfico. 

O Comandante da Marinha, Almirante de Esquadra Marcos Sampaio Olsen, acaba de enviar uma carta de repúdio ao Reitor Danilo Giroldo, que teve destaque no site Defesa Aérea & Naval, com o seguinte teor:  

“BRASILIA, DF

Em 8 de abril de 2024


Ao Senhor Professor Doutor

DANILO GIROLDO

Reitor da Universidade Federal do Rio Grande - FURG 


Dirijo-me ao Senhor para tratar de recente deliberação do Conselho Universitário  (Consun) dessa instituição, que cassou o título honorífico de Doutor Honoris Causa concedido ao Almirante de Esquadra Maximiano Eduardo da Silva Fonseca.

Profundo desagrado para a Marinha do Brasil a revogação enviesada dessa honraria, outorgada a distinto Oficial, cuja vida foi inteiramente consagrada ao labor ligado à Pesquisa Oceânica; ademais, promoveu incansavelmente vigorosa interação entre a Academia e a Força Naval, resultando em benefícios substanciais para o desenvolvimento do Estado Brasileiro.

Digno de registro o transcorrer do processo de cassação, renegando solenemente a biografia de insigne “Marinheiro”, que ao longo de seus 47 anos de bons serviços prestados à Nação, é reconhecido, dentre outros motivos, por sua devoção à Ciência.

Nesse sentido, é imperativo mencionar que a medida ora aprovada por essa Universidade Federal está direcionada ao idealizador do mais longevo programa estratégico de pesquisa do Brasil, o Programa Antártico Brasileiro (PROANTAR). Criado em 1982, o PROANTAR acolheu projetos relevantes, sob a orientação e execução de mais de 3.700 abnegados pesquisadores, muitos dos quais vinculados à FURG. Desde sua concepção, significativos estudos e pesquisas tem sido desenvolvidos, viabilizando, por conseguinte, o País almejar estatura geopolítica compatível e ratificar a manutenção do status de membro consultivo do Tratado da Antártica.

Por derradeiro, insisto em apresentar os protestos de indignação da Marinha do Brasil com a cassação do referido título. Torna-se arrevesado compreender as razões de renomada instituição, imbuída de vasta experiência em estudos do mar, ignorar as contribuições de um homem honrado, progressista e com uma vida dedicada ao Brasil e ao povo brasileiro.

MARCOS SAMPAIO OLSEN

Almirante de Esquadra

Comandante da Marinha”.


“Ingratidão”

Também em carta ao Reitor da Furg, os filhos de Maximiano da Fonseca, Carlos Eduardo, Luiz Fernando e Márcia Palmer Fonseca, consideram que o pai foi “poupado de integrar o quadro honorífico de uma universidade capaz de tamanha ingratidão”. Eis o que escreveram::

“Carta ao Reitor da Universidade do Rio Grande

Professor Danilo Giroldo


Escrevemos a V.Sa. para muito agradecer a recente cassação do título Doutor Honoris Causa concedido por essa casa de saber a nosso pai, Almirante Maximiano Eduardo da Silva Fonseca. Tendo ele viabilizado a presença do Brasil na Antártica, incentivado sobremaneira as ciências do mar no País e proporcionado a presença definitiva do 5º Distrito Naval em Rio Grande, bem podemos imaginar o seu  alívio e conforto, onde quer que ele se encontre, por ter sido poupado de integrar o quadro honorífico de uma universidade capaz de tamanha ingratidão e que parece pautar suas atitudes e decisões pelos ventos do oportunismo político. A propósito, recomendamos a leitura da edição de 23/03/1993 do jornal AGORA, onde ficaram registrados os agradecimentos daqueles que em 1964 permaneceram presos a bordo do Navio Hidrográfico Canopus, ao então Comandante Maximiano Fonseca, pelo tratamento a eles dispensado”. 


Contato com a coluna pelo email: iquedelarocha@gmail.com



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