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Rio Grande,04/05/2024

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Lênin Landgraf

A Sociedade União Operária


A Sociedade União Operária

Lênin Landgraf

Mestre em História (UFPel)

leninplandgraf@hotmail.com


A Sociedade União Operária


Sabe-se que a presença operária em Rio Grande, principalmente a partir do final do século XIX, foi uma constante. Já entre o final do século XIX e início do século XX a cidade contava com um polo industrial fortíssimo, com mais de cinquenta fábricas, e cerca de dez mil operários, uma massa significante em comparação as outras grandes cidades do estado. Além da forte industrialização, a presença do único porto marítimo do Rio Grande do Sul ajuda a explicar a presença significativa de operários na cidade.

A guinada da cidade em direção ao crescimento comercial e populacional tem início em 1822, contando até então com uma população de apenas três mil pessoas. Com o crescimento das movimentações no Porto, os comerciantes locais obtiveram altos lucros, acumulando grandes quantias de dinheiro que viriam a ser importantes para a industrialização da cidade

O cenário rio-grandino refletia o processo do desenvolvimento capitalista: grandes e exaustivas jornadas de trabalho, locais insalubres e baixos salários. Com essa realidade, os trabalhadores locais também buscaram se organizar para lutar por mais direitos, no início do século XX, os socialistas e anarquistas tiveram uma maior atuação e melhor aceitação entre os operários rio-grandinos.

Após duas tentativas fracassadas de organizar entidades para os trabalhadores, a Liga Operária e o Centro operário, datados de 1892, em 1893 é fundada a Sociedade União Operária (SUO), sob presidência de Jacob Perez, carpinteiro, que viria a se tornar a principal entidade dos trabalhadores rio-grandinos por muitos anos, fechada em diversos momentos ao longo do tempo, inclusive em 1950, ano do Massacre da Linha do Parque, mas sendo encerrada de vez somente em 1964 com o golpe civil-militar.

A SUO, que mantinha sede no centro da cidade, foi um importante local de encontro e mobilização dos trabalhadores, apostava, além da questão de representatividade de classe, na educação, tendo os filhos dos seus sócios um espaço educacional e cultural a disposição. Foi a principal referência dos trabalhadores da cidade durante décadas. Hoje, onde era sua sede, existe um edifício de apartamentos.




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