Lênin Landgraf
O pedágio pode acabar com a Zona Sul
Para piorar a situação, o projeto de um porto marítimo em Arroio do Sal, litoral norte, defendido pelo Senador Luiz Carlos Heinze, avança a passos largos.
Lênin Landgraf
Mestre em História (UFPel)
leninplandgraf@hotmail.com
O pedágio pode acabar com a Zona Sul
Embora forte, a afirmação de que o pedágio pode acabar com a Zona Sul é verdadeira, aliás, já está acabando. É claro que não devemos responsabilizar somente a cobrança absurda de pedágio em nossa região para todos os problemas que temos, este é apenas mais um dos fatores que vem nos deixando, ano após ano, para trás frente a outras regiões do estado e até Santa Catarina.
O último reajuste, feito no dia primeiro, foi de 28,9% nas cinco praças de pedágios administradas pela Ecosul. Os carros de passeio agora pagam o valor absurdo de R$19,60. Agora, se para carros de passeio o valor já extrapolou o aceitável, imaginem para os caminhões que movimentam nosso porto? Os caminhões com seis eixos estão pagando R$117,40 por pedágio que passam, onerando ainda mais os caminhoneiros que já enfrentam tantas dificuldades.
O que é preciso ser dito e relembrado a todo instante é que, com os sucessivos atrasos na duplicação da 116 e o pedágio cada vez mais caro, o Porto do Rio Grande, órgão que movimenta a economia de toda a Zona Sul, está ficando para trás frente ao Porto de Itajaí, onde se paga uma tarifa de pedágio muito menor. Para piorar a situação, o projeto de um porto marítimo em Arroio do Sal, litoral norte, defendido pelo Senador Luiz Carlos Heinze, avança a passos largos. Pergunto: o que será de Rio Grande se tivermos um concorrente marítimo no próprio estado?
Onde estão os senadores gaúchos eleitos? Heinze apoia outro porto, mas e Mourão e Paim? O que faz o governador Eduardo Leite e os prefeitos de toda região para barrarem este aumento e dar um fim definitivo a essa exploração? Ao que parece, o simples envio de ofícios para os órgãos competentes não surte o efeito esperado.
Ou a Zona Sul como um todo reage a mais esse ataque ou ficaremos, de vez e mais uma vez, para trás.
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