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Rio Grande,09/12/2023

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Lênin Landgraf

Ilustres Rio-Grandinos: João Marinônio Carneiro Lages

Ao tratar sobre o Prof. Lages, é preciso ter noção de que foi um homem fora do comum. Muito inteligente e sempre a frente de seu tempo, foi um ferrenho incentivador da cultura e da história de Rio Grande.

Ilustres Rio-Grandinos: João Marinônio Carneiro Lages

Lênin Landgraf

Mestre em História (UFPel)

leninplandgraf@hotmail.com


Ilustres Rio-Grandinos: João Marinônio Carneiro Lages  


Seguindo minha série de artigos sobre ilustres rio-grandinos homenagearei hoje João Marinônio Carneiro Lages, falecido no último dia 27 de outubro, deixando um grande vazio na área histórico-cultural do município do Rio Grande. Antes de tratar de sua vida e carreira, pondero de forma rápida que pessoalmente senti e sinto a falta do Prof. Lages, figura que me acompanhou de perto nos últimos quatro anos. Além de padrinho e amigo, foi de fato um grande professor para mim. Jamais saí de uma conversa com ele sem ter aprendido algo. 

Ao tratar sobre o Prof. Lages, é preciso ter noção de que foi um homem fora do comum. Muito inteligente e sempre a frente de seu tempo, foi um ferrenho incentivador da cultura e da história de Rio Grande. O desenvolvimento da cidade, principalmente no século XX, certamente passou por ele.    

Possuía quatro graduações, formou-se em Direito pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, unidade vinculada a Faculdade de Direito de Pelotas (1963). Antes, concluiu também os cursos de Economia e Ciências Políticas (1961), Bacharelado (1961) e Licenciatura (1962) em História, da Universidade Católica de Pelotas – UCPel, em primeiro lugar, recebendo do Instituto de Economistas de Pelotas e da Associação Comercial de Pelotas o Prêmio “Coronel Pedro Osório” e ainda o Prêmio da Lei Brosau. Seguindo, foi especialista em Direito Empresarial e Mestre em Sociologia e, após, cursou doutorado. 

Iniciou-se no magistério como professor substituto na escola primária mantida pela Sociedade União Operária aos 17 anos, em 1956. Foi admitido em agosto de 1958 como professor titular do Ginásio Comercial João Duhá, mantido pelo Senac. Em 1960, torna-se professor titular da Escola Técnica Estadual Getúlio Vargas, lecionando no curso Técnico em Administração e no Curso Técnico em Contabilidade. 

Ainda em 1960, passou a atuar como professor de Economia Política na Faculdade de Direito Clóvis Beviláqua, mantida pela Universidade Católica de Pelotas – UCPel. Em 1965, foi admitido como professor de Economia Política na Escola Técnica de Comércio São Francisco, mantida pela Ordem dos Irmãos Maristas. Em 1963, atuou como professor de Economia e História no Curso Normal da Escola Santa Joana D’arc. Ainda em 1963 foi admitido como Chefe de Departamento de Estudos Sociais da Faculdade de Direito Clóvis Beviláqua. 

De 1972 a 1976 foi Vice-Reitor, o primeiro, da Universidade Federal do Rio Grande – FURG. De 1970 a 1977 foi professor de Economia Internacional, Economia Brasileira, Moeda e Banco da Faculdade de Ciências Econômicas agregada a FURG. No curso de Direito lecionou as seguintes matérias: Economia Política, Direito Econômico, Direito Comercial e Introdução a Ciência do Direito.

Como Chefe de Departamento em 1989, criou o primeiro Curso de Pós-Graduação da metade sul do estado, na área de Direito Empresarial e outro na área de Administração, em convênio da FURG com o Instituto Nacional de Pós Graduação, pelo qual eram trazidos para Rio Grande professores da Universidade de São Paulo – USP e da Universidade Mackenzie. 

Como Vice-Reitor criou a Rádio Universidade, expandiu o Serviço de Assistência Judiciária – SAJ, para a cidade de São José de Norte e para prestação de serviços a Colônia de Pesca Z1. Expandiu ainda as vagas para o Curso de Direito, criou o serviço de Informática Jurídica, ampliou a biblioteca do Instituto de Pesquisas Clóvis Beviláqua. Aumentou o número de professores admitidos no Departamento para 32. Aposentou-se da FURG em 1994, no cargo de Professor Titular.

Em paralelo a suas atividades como professor, ingressou, por meio de concurso público, aos 18 anos no Banco do Brasil, de onde aposentou-se em 1988.

Foi Presidente da Biblioteca Rio-Grandense, onde é Benemérito e Grande Benfeitor; Presidente da Câmara do Comércio do Rio Grande e Comendador da Ordem de Silva Paes, mantida pela Prefeitura Municipal do Rio Grande.

Fundador, em 2007, do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande – IHGRG e em 2021 da Academia Almirante Marquês de Tamandaré – AMATAMA. 

O Prof. João Lages, além da parte teórica, desenvolveu inúmeras atividades práticas. Criou a primeira cooperativa habitacional, a Lar Gaúcho, em 1963, ainda antes do BNH. Fundou ainda a HABICOP em 1966, visando expandir o plano habitacional em Rio Grande; Fundou a Unilabor, cooperativa de ensino e a Bancorbras, sediada em Brasília, agregando funcionários do Banco do Brasil, Banco Central e outras instituições financeiras federais, além da Cooperativa de Crédito Cooperforte, agregando as mesmas áreas referidas acima. 

O texto, embora já extenso, não abrange 30% das atividades desempenhadas por ele ao longo da vida. Trabalhou até sua última semana de vida, sempre defendendo a cidade de Rio Grande. O ano de 2023 certamente está marcado pela perda de mais um destacado filho da cidade do Rio Grande. 



 



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